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Não há indício de abuso em alunas de Barueri, diz laudo

25/11/2014 09h54

Laudos periciais indicam que não há indícios de abuso sexual em três meninas que, de acordo com a polícia e o Ministério Público, teriam sido supostamente molestadas por um ex-monitor do colégio Mackenzie de Barueri, na Grande São Paulo. Os documentos foram elaborados no IML (Instituto Médico-Legal) e anexados ao processo na semana passada.

Antônio Bosco de Assis, de 44 anos, está preso desde maio deste ano com base no relato das três crianças. O depoimento das menores foi recolhido sem a presença de um profissional especializado, alega a defesa.

A advogada Anabella Marcantonatos entrou na tarde desta segunda-feira, 24, com um pedido de habeas corpus para o ex-monitor. Segundo ela, há inconsistências nas afirmações do delegado sobre data e local do crime, falta de laudos no processo, provas que não foram apresentadas e perigo na demora (risco de decisão tardia, no caso de manter preso um inocente).

"Não há nada que o ligue à cena. Peço que a investigação seja colocada em xeque e seja aberta uma nova instrução. Tudo o que queremos é uma investigação e um julgamento justo. Ele é inocente e quem não deve não teme."

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo da semana passada revela que o delegado Alexandre Palermo, do 2.º DP de Barueri, declarou à página "Reclamômetro de Alphaville", em uma rede social, que a polícia não sabe a data, o local exato nem como se deu o suposto crime. Segundo a reportagem, o advogado teria dito: "Estamos falando de meninas de 3 anos, que não têm capacidade de precisar os eventos no tempo e no espaço". As declarações contradizem o inquérito dele e a denúncia do MP à Justiça, que apontam o local e a data de 22 de abril para o suposto abuso.

O pedido de habeas corpus, segundo Anabella, foi distribuído eletronicamente às 17 horas de ontem. Amanhã, ela deve ir ao Tribunal de Justiça, na Sé, no centro da capital, para "tentar adiantar a distribuição e achar um relator". Assis está preso preventivamente desde 8 de maio. "O prazo para a prisão venceu, porque o máximo são seis meses. Mas ainda não há sentença", afirma Anabella.

Ela tem o prazo de cinco dias para se manifestar sobre os laudos anexados ao processo. "Não sei por quê o laudo está sob conclusão na mão da juíza. Eu não entendi por que ela já abriu vista. Nós ainda temos de nos manifestar sobre o laudo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.