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Para especialistas, ensino médio é gargalo, e indicadores estão estagnados

Em São Paulo

06/06/2015 09h37

Para especialistas, mudanças são urgentes. Segundo o ex-secretário de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação) Cesar Callegari, o ensino médio precisa de uma revolução, feita com muita coragem. "Não adianta mais ficar remendando uma estrutura que evidentemente não corresponde às necessidades dos jovens, das escolas e do país", diz o também ex-secretário municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo. "É importante que a meninada tenha como exercer seu protagonismo."

Os indicadores de qualidade do ensino médio do país estão praticamente estagnados, e não é diferente em São Paulo. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do ensino médio paulista caiu entre 2011 e 2013, de 3,9 para 3,7, ficando abaixo da meta daquele ano (que era de 3,9) e distante da meta a longo prazo: chegar a 5,1 em 2021. No indicador estadual realizado todos os anos, houve variação positiva no Idesp em 2014 com relação ao ano passado. Passou de 1,83 para 1,93 --o ideal é chegar a 5. O maior problema é que os resultados nas avaliações de português e matemática estão estagnados em níveis muito baixos há anos.

A pesquisadora Paula Louzano, doutora em política educacional pela Universidade Harvard, vê a falta de um esforço para uma sistematização articulada entre os níveis de ensino. "Há uma ideia de que nosso ensino é enciclopédico, mas nem a esse ponto chegamos. Se os alunos soubessem o que é porcentagem, mas não entendessem para que serve, seria isso. Mas a maioria dos alunos não sabe nem porcentagem", diz. "Vejo com muita desconfiança reformas no ensino médio sem mexer nos anos finais do ensino fundamental." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".