Topo

Professor é afastado após aplicar teste com críticas ao PT

24/11/2015 21h04

Um professor da rede municipal de ensino de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, que é administrada pelo PSDB, foi afastado de suas funções após aplicar exercícios aos seus alunos por meio de cartilhas que continham críticas ao PT e à presidente Dilma Rousseff. Alguns dos exercícios preparados pelo docente, que não teve seu nome divulgado, associavam Dilma à corrupção.

Um dos exercícios preparados para os alunos de duas salas do 9º ano da Escola Municipal Antônia Antunes Arouca, localizada na Praia do Massaguaçu, era sobre o uso correto da vírgula e dizia: "Dilma, a presidenta, e seus 40 ladrões afundaram o país (sic)". O caso provocou revolta entre os pais dos alunos. Em outro trecho dos exercícios, nova crítica: "O PT é ladrão, traidor e enganador (vírgula separando predicativos)".

Uma mãe de aluno, que pediu para não ser identificada, afirmou considerar "errada" a atitude do professor. "Envio meu filho à escola para aprender português, matemática, história, entre outras matérias, e não politicagem".

Outra mãe de aluno questionou a falta de cuidado da escola em não fazer uma avaliação do conteúdo que é repassado aos alunos. "Toda prova deveria passar pelo crivo da direção de qualquer escola para que fatos lamentáveis como esse não ocorram", disse ela, que também preferiu não se identificar. A rede municipal de ensino de Caraguatatuba possui 18.933 alunos.

Em e-mail encaminhado ao jornal O Estado de S.Paulo, o prefeito Antônio Carlos da Silva (PSDB) disse que o caso foi "isolado". "O professor, protagonista deste feito, já foi afastado do cargo e um processo administrativo foi aberto para providenciar as devidas penalidades. E gostaria de deixar bem claro que, em nenhum momento, a direção da escola ou a Secretaria de Educação compactuaram com esta atitude individual", afirmou o prefeito na mensagem.

O prefeito disse também que nunca usou qualquer estrutura ou ações públicas "para denegrir a imagem de outro político ou partido". "Primeiro, porque não é ético. Segundo, porque não faz parte dos meus princípios e caráter", continuou. "O ensino em Caraguatatuba objetiva construir, com critérios justos, uma geração forte, democrática, para ser atuante em uma sociedade participativa, visando a um futuro melhor para todos", finalizou.

A reportagem não conseguiu localizar o professor para comentar o caso.