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Reitoria da USP defende a diversificação de processos seletivos

Em São Paulo

18/03/2016 09h16

A Universidade de São Paulo (USP) voltará a discutir seus processos seletivos neste ano. A ideia é avaliar se mantém a disputa de vagas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e trazer outros debates, como o uso de cotas.

"Diversificar métodos de entrada é uma boa solução", defendeu o reitor Marco Antonio Zago, em entrevista ao Estado nesta semana sobre o futuro da USP. Segundo ele, o ingresso via Enem e o bônus na Fuvest - para alunos da rede pública e por raça - têm aumentado a inclusão. "Se isso é suficiente ou não, é o tempo que dirá." Os debates sobre a seleção devem ocorrer entre abril e junho.

Segundo Elizabeth Balbachevsky, especialista em ensino superior da USP, o ingresso alternativo pelo Enem deve atrair somente a elite da escola pública. "É importante estabelecer a inclusão associada à renda."

Diferentemente da Lei de Cotas, que põe faixas de renda para a reserva de vagas, a USP não usou esse critério. "O efeito é mais geográfico, de trazer alunos de outros Estados", diz ela.

Elizabeth destaca, porém, que é normal as universidades demorarem algumas chamadas para preencher todas as cadeiras. Antes de as vagas migrarem para a Fuvest, houve três convocações pela listas do Sisu.

Para Gilberto Alvarez, conhecido como Giba, do Cursinho da Poli, a USP não deve fixar notas mínimas. Em 2015, nenhuma instituição no Sisu usou piso acima de 600 pontos. "É provável que, em alguns cursos, a entrada pela Fuvest tenha sido mais fácil", afirma Giba.

Expectativa

O estudante Paulo Otávio Firmino, de 23 anos, elogia o ingresso via Enem, mas espera notas mínimas mais baixas na próxima vez. "Quanto mais oportunidades de entrar, melhor", diz ele, de escola pública, que não teve desempenho mínimo para tentar Odontologia em Ribeirão Preto.

Das oito vagas do curso no Sisu, abertas para qualquer candidato, só duas foram preenchidas. A Comissão de Graduação informou que vai reavaliar o modelo e deve elevar a fatia de vagas para a rede pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.