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Ensino Fundamental

Português - Antítese e paradoxo

Fátima Rodrigues

Antítese e paradoxo

Ponto de partida

Trabalhar os textos (soneto e letra de música) para reconhecer e entender as figuras de linguagem: antítese e paradoxo.

Objetivos

1) Conhecer duas figuras de linguagem.

2) Reconhecer o emprego das figuras de linguagem em diferentes contextos lingüísticos.

3) Analisar as funções da antítese e do paradoxo em textos específicos.

4) Analisar diferentes tipos de texto (poético e letra de música) nos quais há o emprego dessas figuras.

Estratégias

A - Para o estudo da antítese:

1) Levantar o vocabulário do soneto.

2) Colocar na ordem direta a 1ª estrofe, a fim de se facilitar a compreensão.

3) Explicar o sentido da expressão "ser atento".

4) Identificar a que se refere a expressão "maior encanto" (3° verso).

5) Trabalhar com o significado de fidelidade para o eu lírico. Supõe exclusividade ou não?

6) Destacar as situações contraditórias que, segundo o texto (2ª estrofe), o amor e a fidelidade terão de passar. Exemplo: "Ao seu pesar ou seu contentamento".

7) Verificar a figura de linguagem predominante.

8) Trabalhar com as formas verbais e observar o paralelismo sintático, isto é, a construção sintática semelhante. Exemplos: "Quem sabe a morte.../ fim de quem ama."

9) Notar que a antítese aproxima, ao longo do texto, idéias opostas, mas sem criar entre elas uma unidade, como no caso de "riso e pranto" (2ª estrofe).

10) Identificar no final do texto que também há paradoxo: "Mas que seja infinito enquanto dure".

Soneto de fidelidade

Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

B - Para o estudo do paradoxo:

1) Estimular a leitura, salientar a musicalidade.

2) Apresentar a música em sala de aula.

3) Identificar as contradições encontradas nas estrofes.

4) Explicar a passagem: "mudaram as estações/ nada mudou".

5) Notar e perceber o significado de "Estamos indo/ de volta pra casa".

6) Perceber que o paradoxo expressa a convivência dos opostos, que formam uma unidade, como na canção a seguir.

Por enquanto

Cássia Eller (composição: Renato Russo)

Mudaram as estações

Nada mudou

Mas eu sei que

Alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim

Tão diferente...

Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar

Que tudo era prá sempre

Sem saber

Que o prá sempre

Sempre acaba...

Mas nada vai

Conseguir mudar

O que ficou

Quando penso em alguém

Só penso em você

E aí, então, estamos bem...


Mesmo com tantos motivos

Prá deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar

Agora tanto faz

Estamos indo

De volta prá casa...

Sugestões

A aula pode ser dividida em dois momentos, orientados pelo professor, mas com a participação de toda a classe. Depois de apresentar a música para a turma (Cássia Eller), comente também sobre a importância de Vinícius de Moraes para a música popular brasileira. Solicite que os alunos pesquisem outras músicas e poesias em que se apresentem as duas figuras de linguagem estudadas. Saliente outras figuras de linguagem que os textos apresentem (metáfora, polissíndeto, aliteração, etc.).

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