Salas interditadas, lixo e laboratório alagado são alguns dos problemas da UFRRJ
Marcelo Regua/UOL Cautela e organização têm pautado a ocupação das salas da reitoria da UFRRJ por estudantes desde o dia 13 de março. Nas paredes dos espaços ocupados, há tabelas descrevendo o papel de cada integrante no movimento e cartazes orientando os alunos. Uma das principais estratégias é pedir que eles levem colchões e durmam na ocupação. A adesão mantém o movimento. Para manter os estudantes na ocupação e não atrapalhar o rendimento deles nas aulas, a sala da vice-reitoria foi ?transformada? em sala de estudos MaisMarcelo Regua/UOL O Relatório de Gestão da UFRRJ foi analisado pelos estudantes durante a ocupação da reitoria. ?Muitos dados que estão no papel não batem com a realidade. E o pior é que o documento serve para justificar os gastos com o dinheiro público?, critica Gustavo Pereira, coordenador do DCE MaisMarcelo Regua/UOL As faixas penduradas na varanda do gabinete da reitoria da UFRRJ demonstram o descontentamento dos estudantes com a situação da universidade. "Luto pela educação", diz uma delas, em letras garrafais brancas sobre pano preto. Os alunos declaram por escrito que reclamaram para si o "quartel-general" do território acadêmico: "Reitoria ocupada" MaisMarcelo Regua/UOL Quem vê o imponente edifício de 1948, patrimônio histórico, que sedia a reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, às margens da BR-465, não imagina os problemas pelos quais passam a universidade. No segundo maior campus universitário do Brasil, com 3,5 mil hectares, pipocam irregularidades decorrentes da falta de manutenção e, segundo os alunos, do descaso. MaisMarcelo Regua/UOL Quem vê o imponente edifício de 1948, patrimônio histórico, que sedia a reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, às margens da BR-465, não imagina os problemas pelos quais passam a universidade. O jardim no interior do prédio da reitoria da Rural é um dos pouco locais bem cuidados do campus MaisMarcelo Regua/UOL Na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), alunos e professores enfrentam problemas de infraestrutura que vão de rachaduras e infiltrações nos prédios a salas interditadas. As quatro piscinas da universidade, que deveriam ser usadas pelos alunos do Departamento de Educação Física e pela comunidade acadêmica, estão fechadas desde o ano passado, quando uma bomba de filtragem queimou MaisMarcelo Regua/UOL A Biblioteca Central da UFRRJ está em obras de ampliação há mais de oito anos. Segundo a reitoria, a construção do anexo deve ficar pronta em julho deste ano. A pichação na fachada protesta contra falta de livros no espaço. Esse é um dos problemas que afetam a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e faz parte de um dossiê de 36 páginas produzido por alunos da instituição, que desde o último dia 13 ocupam o gabinete da reitoria da universidade, no município de Seropédica, na Baixada Fluminense MaisMarcelo Regua/UOL Laboratório de informática do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, no Instituto de Tecnologia da UFRRJ, está interditado por causa de rachadura nas paredes e no teto. Anatercia Gomes Pinheiro, 20, faz bacharelado em Sistemas de Informação, curso criado em 2010. Não há sequer laboratório de informática. "No meu curso, é imprescindível que a gente tenha computadores para aprender", afirma MaisMarcelo Regua/UOL Em épocas de chuva, o laboratório de tecnologia de alimentos, no Instituto de Tecnologia da UFRRJ, fica alagado. "É um problema crônico porque o terreno do campus de Seropédica era um brejo e é encharcado. Foi uma falha de planejamento de quem projetou e é uma falha de gestão de quem não resolveu o problema até agora", avalia um professor, que não quis se identificar MaisMarcelo Regua/UOL Laboratório de informática do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, no Instituto de Tecnologia da UFRRJ, está interditado por causa de rachadura nas paredes e no teto. O número de alunos da UFRRJ quase dobrou nos últimos anos por conta do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). O corpo discente saltou de 7.140 estudantes, em 2005, para 11.728 no ano letivo de 2012, sem contar os 4.532 alunos dos novos cursos a distância. O número de cursos presenciais passou de 22 para 55. Além disso, a quantidade de professores aumentou de 624 para 1.048 MaisMarcelo Regua/UOL Alunos da UFRRJ têm que conviver com muitos insetos por conta da falta de cuidado com a vegetação no campus de Seropédica. Há também grande quantidade de lixo e entulho acumulado. Entre os resíduos, há recipientes de produtos químicos em contato direto com o solo. As quedas de energia são frequentes em toda a universidade e interrompem aulas constantemente MaisMarcelo Regua/UOL Reitora eleita da UFRRJ Ana Dantas, atual vice-reitora pro tempore, aguarda apenas que a presidente Dilma Rousseff assine o ato com a sua nomeação. "Eles têm toda a razão (ao apontar as falhas). Temos um passivo histórico, em todas as universidades brasileiras, de falta de investimentos em infraestrutura. Durante anos a fio, nós não tínhamos recursos suficientes para investir em equipamentos e edificações. E também não tínhamos como contratar professores. É isso o que a gente chama de passivo", argumentou a professora MaisMarcelo Regua/UOL O quadro negro do auditório do Prédio de Química da UFRRJ foi o lugar escolhido pelos insetos para construir a "casa". Na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), alunos e professores enfrentam problemas de infraestrutura que vão de rachaduras e infiltrações nos prédios a salas interditadas MaisMarcelo Regua/UOL Fachada do Prédio de Química da UFRRJ tem crateara nos azulejos. Dentro, um banheiro foi adaptado para cadeirantes, mas o único acesso à edificação é através de uma escadaria de 16 degraus MaisMarcelo Regua/UOL Laboratório de Engenharia de Materiais já está pronto, mas os equipamentos não chegaram. MaisMarcelo Regua/UOL Bolsista Marcio Cypriano, 22 anos, trabalha no Laboratório de Termodinâmica Aplicada, que fica num galpão improvisado. "Fazemos trabalhos de alta periculosidade em um ambiente completamente insalubre", relata o bolsista de pesquisa Marcio Cypriano, 22 anos, que cursa engenharia química. No local, não há ventilação ou saída adequada para os gases. "Temos um termômetro aqui dentro e a temperatura já chegou a 50° C", conta. Os produtos químicos são estocados em caixas de papelão pelos próprios bolsistas MaisMarcelo Regua/UOL No campus da UFRRJ, em Seropédica, há grande quantidade de lixo e entulho acumulado. Entre os resíduos, há recipientes de produtos químicos em contato direto com o solo. As quedas de energia são frequentes em toda a universidade e interrompem aulas constantemente MaisMarcelo Regua/UOL Na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), alunos e professores enfrentam problemas de infraestrutura que vão de rachaduras e infiltrações nos prédios a salas interditadas. As quatro piscinas da universidade, que deveriam ser usadas pelos alunos do Departamento de Educação Física e pela comunidade acadêmica, estão fechadas desde o ano passado, quando uma bomba de filtragem queimou MaisMarcelo Regua/UOL Estudantes que moram no alojamento masculino estendem roupa no varal. Cada "apartamento" tem dois cômodos e abriga quatro alunos MaisMarcelo Regua/UOL O número de alunos da UFRRJ quase dobrou nos últimos anos por conta do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). O corpo discente saltou de 7.140 estudantes, em 2005, para 11.728 no ano letivo de 2012, sem contar os 4.532 alunos dos novos cursos a distância. O número de cursos presenciais passou de 22 para 55. Além disso, a quantidade de professores aumentou de 624 para 1.048. No entanto, a infraestrutura da universidade não acompanhou seu crescimento MaisMarcelo Regua/UOL Estudante escova os dentes no banheiro do alojamento masculino, que está em condições precárias MaisMarcelo Regua/UOL As faixas penduradas na varanda do gabinete da reitoria da UFRRJ demonstram o descontentamento dos estudantes com a situação da universidade. "Luto pela educação", diz uma delas, em letras garrafais brancas sobre pano preto. Os alunos declaram por escrito que reclamaram para si o "quartel-general" do território acadêmico: "Reitoria ocupada" MaisMarcelo Regua/UOL Infiltração e mofo na parede de sala de aula no Instituto de Tecnologia colocam estudantes da UFFRJ em risco. Esse é um dos problemas que afetam a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e faz parte de um dossiê de 36 páginas produzido por alunos da instituição, que desde o último dia 13 ocupam o gabinete da reitoria da universidade, no município de Seropédica, na Baixada Fluminense MaisMarcelo Regua/UOL Produtos químicos boiam no Laboratório de Tecnologia de Alimentos, que fica alagado parte do ano. MaisMarcelo Regua/UOL Cadeiras e entulhos amontoados ficam ao relento. MaisMarcelo Regua/UOL Pichação na Biblioteca Central da UFRRJ, em obras há mais de oito anos, reclama da demora nas intervenções: "Obras intermináveis" MaisMarcelo Regua/UOL Segundo os alunos, o ônibus circular da UFRRJ passa com pouca frequência, ou ?uma vez na vida outra na morte?. Os estudantes muitas vezes apelam para o uso de mototaxis e vans. Além dos problemas de transporte, a falta de segurança na universidade é outro quesito presente na pauta de reivindicações dos estudantes, que reclamam dos cada vez mais frequentes assalto dentro do campus. ?A iluminação não funciona em grande parte do campus, apesar de haver aulas no período noturno?, relata o estudante Douglas Nobre MaisMarcelo Regua/UOL Cartazes afixados dentro do gabinete ocupado orientam os alunos a não depredar o local. Mais