No Pará, professores passam nove meses por ano viajando para dar aulas

Cristiane Capuchinho/UOL
Passar 50 dias letivos vivendo em uma comunidade diferente durante nove meses do ano. Essa é a rotina de cerca de 1.300 professores do ensino médio no Pará. Os docentes participam de um programa modular que permite a estudantes de área rural continuarem sua formação sem sair da região em que moram. "Às vezes dou seis aulas para a mesma sala em um único dia. É um projeto de aula completamente concentrado", explica o professor de matemática Edison Feitosa. Mais
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Os alunos da escola municipal Santana podem frequentar o ensino médio graças ao sistema modular de ensino. Nesse modelo, em vez dos estudantes se mudarem para escolas de área urbana, são os professores que viajam. Docentes de doze disciplinas passam 50 dias letivos em cada escola para dar, de maneira concentrada, o conteúdo do ensino médio Mais
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Em abril de 2013, os alunos da escola municipal Santana, na comunidade rural de Arapixuna, em Santarém, tinham aulas de educação física, física e matemática. Durante o módulo de 50 dias letivos, os estudantes são avaliados duas vezes e têm direito a uma prova de recuperação. Na foto, os meninos do ensino médio fazem aula de educação física Mais
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O programa modular de ensino médio atende a 441 escolas rurais e cerca de 33 mil alunos, segundo a secretaria estadual de Educação do Pará. As aulas do ensino médio seguem o mesmo conteúdo programático daquelas no ensino médio regular, com 12 disciplinas. A diferença é a concentração das aulas, divididas em quatro blocos de 50 dias letivos. Cada sala de aula deve ter no mínimo 30 alunos para ser atendida pelo programa. Na foto, aula de educação física Mais
Acervo Pessoal
O sistema é uma parceria entre Estado, município e comunidade. O Estado oferece os professores, o município disponibiliza salas de aula em escolas e a comunidade rural deve se reunir para fornecer um lugar de estadia dos professores. Na foto, a casa dos professores na vila do Aritapera, na região da várzea santarena. A casa é uma palafita de madeira, característica da região Mais
Acervo Pessoal
O professor Eládio Delfino Netoro conta que as comunidades rurais são desiguais e têm condições de infraestrutura muito diferentes. As dificuldades não influenciam apenas a vida dos docentes. "Os estudantes estudam em locais improvisados, como barracões comunitários, igrejas e sedes de clubes de futebol", explica. Na foto, a cozinha da casa de palafita em que os professores do Some ficam na vila do Aritapera. "Hoje, a maioria dos educadores contrata cozinheiras na comunidade para cuidar do almoço", conta Mais
Acervo Pessoal
O professor Eládio Delfino Netoro, que viaja durante nove meses do ano para dar aulas no ensino médio paraense, conta que em sua mala não pode faltar "repelente, linha de pesca e o inseparável "notebook", para colocar o trabalho em dia". Na foto, o quarto que o hospedou durante o primeiro módulo do ano, na vila de Aritapera, em Santarém Mais