Conheça o regime do apartheid e a luta de Mandela pela igualdade racial Reprodução/Apartheid Museum Entre 1948 e 1990, a África do Sul viveu um período de segregação racial conhecido como apartheid. Nesse período, a minoria branca passou a dominar a maioria negra da população. Com o novo regime, os direitos políticos e sociais dos "não brancos" foram abolidos. Veja a seguir, em fotos da época, o que foi o apartheid e como o líder Nelson Mandela ganhou destaque na luta contra o racismo wikimedia commons A origem histórica do apartheid está ligada ao período da colonização da África do Sul. Os primeiros colonizadores bôeres (também denominados de afrikaner - na foto) eram compostos por grupos sociais europeus que vieram da Holanda, França e Alemanha e se estabeleceram no país nos séculos 17 e 18. Eles foram responsáveis pela morte de diversas populações tribais indígenas que lá viviam Mais Reprodução/Apartheid Museum Os líderes afrikaners se consideravam a verdadeira e autêntica nação. A cor e as características raciais determinaram o domínio da população branca sobre os demais grupos sociais e a imposição de uma estrutura de classe baseada no trabalho escravo. Na imagem, os dois portões do Museu do Apartheid, em Johannesburgo, representam a divisão entre brancos e não brancos que durou anos Mais Reprodução/David Turnley/Corbis - digitaljournalist.org Oficialmente estabelecido em 1948, o apartheid foi implantado pelo Nationalist Party (Partido Nacionalista), que representava os interesses das elites brancas. A imagem representa o clima de estranhamento que as pessoas viviam durante o período Mais AFP Após 1948, a segregação racial atingiu seu auge. Direitos políticos e sociais da população negra foram abolidos em algumas províncias sul-africanas. Na foto, um soldado sul-africano revista um manifestante na cidade do Cabo, em outubro de 1976, durante os conflitos raciais Mais AFP O regime criou regras jurídicas que diferenciavam cidadãos conforme sua raça. Os casamentos entre brancos e negros foram proibidos, os negros não podiam ocupar o mesmo transporte coletivo usado pelos brancos, não podiam morar no mesmo bairro e nem realizar o mesmo trabalho. Na imagem, soldados sul-africanos intimidam um homem negro, em Nyanga, perto da Cidade do Cabo Mais AP O líder rebelde que mais se destacou na luta contra o apartheid foi Nelson Mandela, considerado pelo povo um guerreiro da liberdade. Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime da época. Ele se uniu ao CNA (Congresso Nacional Africano) em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA. Na imagem Mandela, já como líder do partido CNA, deixa sinagoga, que era usada como tribunal, em Pretória, em 1958 Mais Reprodução/south-africa-tours-and-travel.com Durante a década de 1970, o governo da África do Sul tentou em vão encontrar fórmulas que pudessem assegurar certa legitimidade internacional. Porém, tanto a ONU (Organização das Nações Unidas) como a Organização da Unidade Africana, votaram inúmeras resoluções condenando o regime. A placa da imagem deixa claro que a entrada no local só é permitida para pessoas brancas Mais AFP Inúmeras revoltas sociais ocorreram no período, organizadas principalmente pela maioria negra. Uma delas está representada na imagem, na qual feridos encontram-se em uma rua do município de Sharpeville, em 21 de Março de 1960. No conflito conhecido como massacre de Sharpeville, a polícia matou 69 pessoas e feriu 180 Mais Reprodução/Apartheid Museum Imagem retrata o massacre de Sharpeville. No conflito, a polícia matou 69 pessoas e feriu 180 durante protestos contra o apartheid. Após os assassinatos 20 mil pessoas foram detidas Mais Reprodução/Apartheid Museum Imagem retrata o massacre de Sharpeville. No conflito, a polícia matou 69 pessoas e feriu 180 durante protestos contra o apartheid. Após os assassinatos 20 mil pessoas foram detidas Mais AP Comprometido de início apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Na foto, Mandela caminha sério na época do julgamento (1961) que o condenou à sua primeira prisão Mais Reprodução/Apartheid Museum Em 1961, Mandela se tornou comandante do braço armado do CNA (Congresso Nacional Africano), o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros militantes. Ele coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e Etiópia para treinamento paramilitar. Na imagem, Mandela e Oliver Tambo (um dos fundadores da Liga Jovem do CNA) conversam sobre a decisão de adotar a luta armada, em Londres, em 1962. Mais AFP Em agosto de 1962 Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Quase um ano depois, a polícia sul-africana invadiu a fazenda Liliesleaf, no bairro branco de Rivonia, e prendeu quase toda a liderança do CNA (Congresso Nacional Africano), principal grupo de oposição ao apartheid. Mandela não estava presente, porque já havia sido preso no ano anterior. Junto dos 12 presos, foram descobertos documentos preciosos da organização, que havia aderido à luta armada poucos meses antes. Um deles mostrava em detalhes um plano para atacar diversas instalações do governo sul-africano Mais Reprodução/Apartheid Museum Mesmo com a prisão do líder Nelson Mandela, as manifestações contra o apartheid não acabaram Reprodução/Apartheid Museum As manifestações também ganharam adeptos em vários lugares do mundo. Na imagem, Oliver Tambo, um dos fundadores da Liga Jovem do CNA (Congresso Nacional Africano), aborda um comício do Movimento Anti-Apartheid na Trafalgar Square, em Londres,em 26 de junho 1968. Reprodução/David Turnley/Corbis - digitaljournalist.org Foi com base nessa ação policial que Mandela e seus colegas foram processados no que ficou conhecido como o "Julgamento de Rivonia" e condenados à prisão perpétua. Mandela passou parte da vida preso na Robben Island, Cidade do Cabo, África do Sul. O líder só ganhou a liberdade em 1990. Desde 1997, há um museu no lugar da prisão de Robben Island, que mantém uma reprodução da cela que abrigou Mandela Mais AP Em 1989, Frederic Willem de Klerk assumiu a presidência. Em 1990, o novo presidente conduz o regime sul-africano a uma mudança que põe fim ao apartheid. Na imagem de 1993, os ex-presidentes da África do Sul foram premiados pelo seu trabalho pelo fim pacífico do regime do apartheid e por estabelecer os princípios para uma nova África do Sul democrática Mais AFP Após passar mais de 26 anos na prisão, Nelson Mandela ganhou a liberdade em 1990. Mandela foi um dos líderes da luta pela igualdade racial na África do Sul. Três anos depois Mandela foi eleito presidente nas primeiras eleições livres realizadas no país. Na imagem, Mandela e sua esposa na época, Winie Madikizela, comemoram a liberdade. A foto foi tirada no dia 11 de fevereiro de 1990 AFP Desde 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) comemora em 18 de julho o Dia internacional em homenagem ao herói da luta anti-apartheid, o Mandela Day. Cada cidadão do mundo é chamado a dedicar simbolicamente 67 minutos de seu tempo à serviço da coletividade, em memória aos 67 anos que Mandela dedicou à luta pela igualdade racial. A comemoração ocorre no mesmo dia de nascimento do ex-presidente sul-africano Mais Zhang Chuanshi/Xinhua Nelson Mandela faleceu em sua residência em Johannesburgo, África do Sul, aos 95 anos. "Ele agora está em paz. Nosso país perdeu seu maior filho", disse o presidente sul-africano, Jacob Zuma, ao anunciar a morte do líder em cadeia de TV. Simpatizantes do ex-presidente fizeram vigília nos arredores de sua casa, onde cantaram canções tribais e o hino nacional em sua homenagem, muitos usando trajes tradicionais das etnias zulu e xhosa.