Trapaças: confira 15 casos famosos de cola e plágio acadêmico

Universidade Pública de Navarra/Divulgação
Em 2013, cada novo aluno da Universidade Pública de Navarra, na Espanha, foi convidado a assinar um documento no ato da matrícula prometendo evitar plágios e colas. Isso porque em 2012, a universidade estima que 45% dos estudantes tenham cometido práticas fraudulentas nas provas ou trabalhos acadêmicos. Relembre alguns casos de trapaça, cópia e até os políticos que já caíram na tentação do plágio ou autoplágio --sim, ele existe Mais
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Até a superconceituada Universidade de Harvard, nos EUA, enfrenta problemas com universitários desonestos. Segundo reportagem do jornal El País, em fevereiro deste ano, a instituição expulsou 60 estudantes de um grupo de 125 que estavam sendo investigados. Eles realizaram um teste que pode ser feito em casa, o que é comum na universidade, mas os professores constataram que muitas respostas estavam "parecidas". Após uma investigação, a universidade optou pela expulsão dos alunos Mais
Marcos Santos/USP
Em 2011, a USP (Universidade de São Paulo) demitiu um professor por plágio na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Ele foi mandado embora por ser o principal autor da pesquisa que copiou imagens de trabalhos de 2003 e 2006 sem creditá-las aos autores, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A pesquisa envolveu dez cientistas que investigaram se uma substância isolada da jararaca é útil contra o vírus da dengue e foi publicada pela revista Biochemical Pharmacology. O caso ocorreu em 2009 e, segundo o docente, o erro foi de uma das alunas que trocou as imagens, mas sem má fé Mais
Alexandre Moraes/ Divulgação UFPA
O entomólogo Leonardo Gomes, da UFPA (Universidade Federal do Pará), protagonizou outro caso conhecido de plágio acadêmico no Brasil. O pesquisador teve um artigo científico anulado pela revista Neotropical Entomology. No texto, ele teria copiado partes integrais de trabalhos já publicados e um livro sobre entomologia cancelado pela Springer, editora internacional de obras científicas. O docente já se retratou com as pessoas que tiveram trechos de trabalhos citados. Segundo ele, não houve má fé Mais
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Outra forma de plágio no universo acadêmico são cópias de questões em concursos e vestibulares. Por exemplo, em 2008, o vestibular da UFAC (Universidade Federal do Acre) foi integralmente anulado, pois 15 dos 85 itens da fase objetiva da prova eram "cópias idênticas" de questões aplicadas em vestibulares de outros Estados ou que constavam de apostilas de cursos pré-vestibulares. Todas estavam disponíveis na internet. Em 2013, dois concursos da prefeitura de Londrina foram anulados por suspeita de plagiar questões que haviam caído em outras provas Mais
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Na política alemã, em especial, os casos de plágios são cada vez mais frequentes. O último envolveu o deputado social-democrata Frank-Walter Steinmeier e sua tese de doutorado sobre os sem-teto, apresentada na universidade Justus Liebig, em 1991. Em setembro de 2013, a instituição abriu o processo sobre o possível plágio. O político chamou a acusação de "absurda". O relatório que investigou a tese com base em um programa de computador apontou 500 trechos com "similaridades" suspeitas e 63% de "probabilidade total de plágio". O caso está sendo investigado Mais
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Em fevereiro de 2013, a então ministra de Educação da Alemanha, Annette Schavan, renunciou ao cargo depois de ter perdido o título de doutora pela Universidade de Dusseldorf. Segundo a universidade, Schavan copiou partes de sua tese "sistematicamente e intencionalmente" e agiu com "intenção de enganar". O trabalho foi apresentado em 1980 e, segundo avaliadores, trazia citações sem fazer as referências de maneira adequada. Isso é algo que, pelo menos a ministra da Educação, deveria saber Mais
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Antes da ministra da Educação Schavan, o caso que mais chamou a atenção entre políticos alemães plagiadores ocorreu em 2011, com o então ministro da Defesa Karl-Theodor zu Guttenberg. Muito popular na época, ele era cotado para ser candidato a chefe de governo alemão, no entanto, as suspeitas de plágio acabaram com seus planos. Ele foi obrigado a renunciar porque a universidade concluiu que ele copiou páginas de outros trabalhos para seu doutorado. Ele perdeu o título, mas ganhou dois apelidos: o de "Barão copia-cola" e "Barão von Googleberg" Mais
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A Hungria também tem um político no rol de plagiadores. Em 2012, o chefe do Estado húngaro, Pál Schmitt, renunciou ao cargo após ter sido considerado suspeito de plágio. Schmitt foi acusado de copiar em 180 das 215 páginas de seu trabalho, apresentado em 1992. Schmitt traduziu o texto em francês de outro autor. Ousado, não? A imprensa não perdoou, e Schmitt ganhou uma capa da revista Magyar Narancs com direito a nariz de palhaço Mais
Sérgio Lima/Folhapress
O Brasil também já misturou política e plágio acadêmico. Em reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo em fevereiro de 2012, foi noticiado que o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) usou teses praticamente idênticas para concluir dois mestrados, o que é chamado de autoplágio. Chalita obteve o título de mestre em ciências sociais em 1994, e, em 1997, o título de mestre em direito, ambos na PUC-SP. Segundo o jornal, "cerca de 75% da segunda tese é uma reprodução da primeira. Os dois capítulos principais, além da conclusão do trabalho, são idênticos". A instituição e o deputado, no entanto, não viram irregularidades nos trabalhos Mais
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Em 2013, um professor espanhol foi condenado pelo Supremo Tribunal a indenizar sua ex-aluna por ter copiado trechos da tese de doutorado dela em seu livro. Francisco Alonso (foto) perdeu o cargo de professor na Universidade de Murcia, onde lecionava, e ainda foi obrigado a pagar uma indenização de 5.000 euros pelo plágio, além de pagar os gastos do processo Mais
Capa de 2006 da revista Time/Reprodução
Um dos casos mais famosos na área científica é o do sul-coreano Hwang Woo-Suk, referência no estudo de células-tronco. Em 2004 e 2005, ele publicou dois artigos na revista Science sobre clonagem de embriões humanos, em parceria com o norte-americano Gerald Schatten. Em 2006, a Universidade Nacional de Seul informou que os resultados das pesquisas haviam sido fraudados. Uma das descobertas apontava que, embora tivesse anunciado a realização de 11 linhagens de células-tronco embrionárias, comprovou-se que apenas duas foram feitas, e suas imagens reproduzidas até somarem 11 Mais
Reinaldo Canato/UOL
Na Espanha, o caso mais recente entre pesquisadores é de 2011. Em dezembro daquele ano, o CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas) denunciou o pesquisador Jésus Ángel Lemus, veterinário contratado pela Estação Biológica, em Sevilha, por considerar que as pesquisas feitas por ele continham dados alterados e inventados. 24 dos seus 36 trabalhos foram classificados como suspeitos, seja pela inconsistência das informações ou pela negativa dos que ele alegava terem contribuído para os estudos. O caso ainda está na Justiça Mais
Getty Images
Em outubro deste ano, um advogado foi condenado pela 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a pagar R$ 15 mil de indenização a uma ex-estudante por plágio em uma dissertação de mestrado. A dissertação plagiada, com tema da paternidade socioafetiva, havia sido apresentada no curso de direito da PUC-RS, em 2003. Em 2007, o advogado apresentou sua tese, que teve os trechos reconhecidos por um dos professores avaliadores. Além da indenização pela cópia parcial, o advogado terá que publicar uma nova versão do trabalho acrescentando o nome da ex-estudante como autora da tese Mais
The Economist/Reprodução
Em 1997, um caso entrou para a história dos plágios na Inglaterra. O estudante Richard Belcher, 15, venceu um concurso de redações políticas, na categoria entre 13 e 15 anos, promovido pelo jornal The Guardian, plagiando palavra por palavra uma coluna publicada na revista The Economist, no ano anterior, de autoria de David Lipsey. A fraude foi descoberta quando o texto de Belcher foi publicado no jornal britânico, como vencedor do concurso. Ele teve que devolver o prêmio de 200 libras e se desculpou dizendo que ?não sabia que The Economist era uma revista tão lida? Mais