Greves, protestos e Diretas-Já movimentaram as ruas nos anos finais da ditadura

Folhapress
No final do governo Geisel (1974-1979), a violência repressiva e o controle policial leva a ditadura militar a uma situação insustentável. Após o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho serem mortos durante tortura, o presidente Geisel demite o ministro do Exército general Sylvio Frota em 1977. Na foto, uma manifestação estudantil contra a repressão militar em São Paulo no ano de 1977
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O movimento de redemocratização do país fica mais forte a cada dia. Após vários anos de arrocho salarial, com reajustes que não cobriam as perdas da inflação, e sob grave crise econômica, os sindicatos voltam a se organizar. Na foto, o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva é carregado por trabalhadores depois de uma greve no ABC paulista em 1979
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Em 1978 acontecem as primeiras greves desde a instauração da ditadura militar no Brasil. Na foto, metalúrgicos fazem votação durante greve no ABC paulista em 1979. Os operários reivindicam reajustes salariais
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Com o fortalecimento do movimento, os trabalhadores passam a incluir em suas demandas mudanças políticas, entre elas a abolição do controle governamental sobre os sindicatos e o restabelecimento do direito de greve. Na foto, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a greve de 42 dias em 1980. No fundo, o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy
Reprodução/Robens Valente/Folhapress
No processo de redemocratização do país, a anistia a presos políticos passa a ser uma necessidade. Com ela, os presos políticos ganhariam liberdade e os exilados poderiam retornar ao país. No final da década de 1970, Comitês Brasileiros de Anistia são criados pelo país por amigos e parentes de mortos, desaparecidos e exilados políticos com apoio de setores progressistas da Igreja Católica. Na foto, manifestação pela anistia no Rio de Janeiro
memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional
O movimento pela anistia recebe amplo apoio popular. Na foto, o protesto em prol da anistia feito em frente ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro tem apoio de estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e diretórios acadêmicos
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Promulgada em 1979, a Lei da Anistia deixa muitos descontentes. Seu texto não estende os benefícios aos guerrilheiros condenados por atos terroristas envolvendo "crimes de sangue" (contra a vida humana), mas concede perdão aos agentes da repressão envolvidos em torturas. Na foto, o cantor Milton Nascimento (de boina branca) distribui panfleto pela Anistia no Rio de Janeiro em 1979
Fernando Santos/Folhapress - 25.jan.1984
Pressionado politicamente, o governo sanciona no final de 1979 a Lei Orgânica dos Partidos Políticos, que põe fim ao bipartidarismo no país. Em novembro de 1982, são realizadas eleições diretas para governador. Em 1983 tem início a campanha Diretas-Já, que pede a realização de eleições diretas para presidente. Na foto, comício das Diretas-Já realizado em São Paulo
Gil Passarelli/Folhapress
O deputado Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresenta ao Congresso em 1983 a Proposta de Emenda Constitucional que pretende reinstaurar as eleições diretas para presidente. A votação é marcada para o dia 25 de abril de 1984. Na foto, manifestantes durante a campanha pelas Diretas-Já em 1984
Renato dos Anjos/Folhapress - 25.jan.1984
A campanha Diretas-Já ganhou as ruas, arregimentando um número crescente de partidários em todo o país. O movimento reuniu lideranças políticas, sindicais, eclesiásticas e estudantis. Vários artistas, jogadores de futebol e jornalistas aderiram ao movimento. Na foto, a atriz Irene Ravache discursa durante o comício das Diretas-Já na praça da Sé em 1984