Filósofo marxista, Bloch teve de emigrar três vezes por motivos políticos: de 1917 a 1919, em protesto contra a política bélica alemã; de 1933 a 1948, com a chegada dos nacional-socialistas ao poder; e, finalmente, em 1961, quando teve de sair da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental depois de lhe ser retirada, em 1957, a cátedra em Leipzig, por ser considerado "revisionista", e de lhe ter sido proibida a atividade docente. Apenas dois anos antes, em 1955, recebera o prêmio nacional da RDA. O pensamento de Bloch, muito influenciado por Hegel e Marx, mas aberto também a outras influências, pode ser integrado na filosofia existencialista. Para Bloch, as idéias utópicas sobre o futuro são a base da existência humana. O título da sua obra principal, Das Prinzip Hoffnung (O Princípio Esperança), ganhou uma dimensão proverbial. Trata-se de um ensaio publicado em três volumes entre 1954 e 1959, embora tenha sido escrito nos Estados Unidos entre 1938 e 1947. Nesta obra, Bloch considera as fantasias, as idéias religiosas, os sonhos e as utopias –- que se entendem também enquanto realizações técnicas e artísticas –- como possibilidades e impulsos para a evolução da humanidade. Segundo Bloch, a tomada de consciência do "ainda não existente", no sentido da antecipação, deveria tornar possível, em virtude de seu desenvolvimento, a existência de uma sociedade em que não existisse repressão nem exploração dos homens ou da natureza. Em sua hipótese de trabalho da "utopia concreta", Bloch exprime a esperança numa futura supressão de todas as contradições. Com essa idéia, o autor, que era amigo de Rudi Dutschke, influenciou decisivamente as visões políticas do movimento estudantil dos anos 60. A partir de 1961, Bloch foi professor convidado em Tübingen. Em 1967, recebeu o Prêmio da Paz concedido pela União dos Livreiros Alemães.