Cangaceiro brasileiro

Lampião

4-6-1898, Vila Bela (PE) | 28-7-1938, Angicos (SE)​





Autor Do Klick Educação




"Premero de tudo, querendo Deus, Justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda! (...) Vem logo as estradas para automóvel e caminhão! (...) O Governo só faz estrada pra botar persiga em cima de mim. Mas eu fazia estrada para o progresso do sertão. Sem estrada não pode ter adiantamento, fica tudo no atraso. (...) Vem depois as escolas e eu obrigava todo mundo a aprender, querendo Deus. (...) Botava, também, muito doutor (médico) para cuidar da saúde do povo. (...) Para completar tudo, auxiliava o pessoal do campo, o agricultor e o criador, para ter as coisas mais barato, querendo Deus." (Frederico Bezerra Maciel, em Lampião, seu Tempo e seu Reinado.) Esta foi a conversa entre Lampião, que pretendia ser governador do sertão, e seu refém Pedro Paulo Magalhães Dias, inspetor da Standar Oil Company, que ficou surpreso com seu conhecimento da situação política da região. Misto de bandido e justiceiro, assassino e herói, Virgolino Ferreira da Silva, nascido na fazenda Ingazeira, no municipio de Vila Bela (atual serra Talhada), em Pernambuco, foi o mais famoso cangaceiro do sertão nordestino, fascinando milhares de pessoas. Habitante da caatinga, grande estrategista militar e ótimo atirador, Lampião foi para o cangaço aos 21 anos, disposto a fazer justiça pessoalmente depois que sua família fora perseguida e seu pai morto por coronéis, em Água Branca, no Estado de Alagoas. Em suas andanças pelos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Sergipe, lutou contra as injustiças e o poder dos coronéis latifundiários, mas semeou o terror e implantou o banditismo como profissão. Recusou-se a combater a Coluna Prestes, em 1926, mesmo recebendo do governo a patente de capitão honorário das forças legais, além de armamento e munição. Conheceu Maria Bonita, que abandonou o marido sapateiro para acompanhar Lampião no cangaço. Em 1938, Lampião, Maria Bonita e 11 cangaceiros de seu bando, não mais que 50 pessoas, foram mortos numa emboscada na fazenda Angicos, em Sergipe. Suas cabeças foram decepadas e expostas ao público em uma vila da região.

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