Político e revolucionário chinês

Mao Tsé-Tung

26/12/1893, Shaoshan, China<br>9/9/1976, Pequim, China​





Autor Da Página 3 Pedagogia & Comunicação




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Fundador da República Popular da China e um dos mais proeminentes teóricos do comunismo do século 20, Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong) desenvolveu ideias sobre revolução e guerrilha que influenciaram marxistas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde o PC do B - então na clandestinidade e ligado à China - desenvolveu ações guerrilheiras durante a década de 1970.

Mao nasceu numa família de camponeses, mas recebeu uma educação esmerada. Desde jovem, porém, revoltou-se com a situação social opressiva de seu país e foi um dos fundadores do Partido Comunista Chinês. Durante os anos 1920, conjuntamente com o Kuomitang - ou Partido Nacionalista Chinês - organizou sindicatos e entidades de classe operárias e camponesas. Em 1927, ocorreu o rompimento entre os dois partidos e teve início o processo revolucionário chinês.

Durante os anos seguintes, após um levante fracassado em Hunan, Mao estabeleceu sovietes no interior do país e organizou o Exército vermelho. Em 1931, foi eleito presidente da República Soviética da China, com base na província rural de Jiangxi. Depois de diversos enfrentamentos com os nacionalistas, e quase derrotado, Mao conduziu o Exército vermelho pela chamada "Longa Marcha", percorrendo 10 mil quilômetros até a província de Shensi. Tornou-se assim o principal líder comunista do país.

Durante a Segunda Guerra Mundial, comunistas e nacionalistas continuaram guerreando entre si, mesmo combatendo os japoneses que invadiram o país. A guerra civil chinesa foi em frente após a derrota do Japão e resultou na tomada da China continental pelos comunistas, que forçaram os nacionalistas a se fixar em Formosa (Taiwan), criando uma divisão do país que permanece até os dias de hoje.

Em 1949, foi fundada a República Popular da China. Mao tornou-se seu presidente, assim como secretário-geral do Partido Comunista Chinês. No entanto, a China era um país atrasado em termos econômicos e industriais. Na tentativa de resolvê-los, usando como combustível a ideologia revolucionária, Mao lançou em 1958 a política que chamou de "Grande Salto para a Frente", com o intuito de industrializar o país.

Essa política revelou-se desastrosa. Não só não conseguiu a industrialização do país como matou de fome cerca de 20 milhões de chineses (estimativas mais recentes mencionam 70 milhões). Isso resultou também na ruptura com a União Soviética que cortou seu auxílio à China. Mao acusou os soviéticos de traidores do marxismo e de "revisionistas".

Após um breve período em plano secundário, Mao retornou ao poder promovendo o que chamou de Revolução Cultural (1966-1976). Através dela, mobilizou as massas contra as velhas lideranças do Partido Comunista Chinês, a quem acusava de burocratização ao estilo soviético.

É desse período, mais precisamente de 1964, que data a publicação do Livro vermelho, coletânea de citações e trechos de discursos de Mao, organizado pelo ministro da defesa e chefe das forças armadas, Lin Piao. O livro, em formato de bolso, foi um instrumento eficaz no desenvolvimento do culto à personalidade de Mao. Utilizado para a doutrinação ideológica das massas, reafirmava a ideia de que o maoísmo era a culminação do pensamento marxista-leninista. Durante esse período, citações do livro eram exigidas inclusive em trabalhos científicos e sua leitura realizada, diariamente, nas escolas e nos locais de trabalho.

O passo seguinte, a criação de grupos armados de estudantes, que perseguiram intelectuais, professores e antigos membros do PC, acabou resultando num banho de sangue cujas mortes ainda não podem ser calculadas, dado o fato de a ditadura comunista chinesa continuar impedindo as investigações.

Vale mencionar que, enquanto os massacres varriam a China, os intelectuais ocidentais garantiam que tudo não passava de propaganda anticomunista e filósofos do porte de Jean-Paul Sartre se proclamava maoísta, tecendo louvores à Revolução Cultural.

Em 1976, porém, com a morte de Mao, o processo se interrompeu. A viúva de Mao, Jiang Qing, que tentou sucedê-lo, não conseguiu se manter por mais de poucos meses no poder. Os oponentes de Mao que lhe haviam sobrevivido, liderados por Deng Xiaoping, deram um golpe de estado e imprimiram novos rumos à China - sem desviar da política ditatorial do partido único.

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