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Mário Juruna Líder indígena brasileiro

3/9/1943, Reserva Indígena São Marcos, Barra do Garças (MT)

17/7/2002, Brasília (DF)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

10/08/2005 15h03

"Eu nasci para morrer, eu nasci para brigar. Não nasci para ser expulso. Por que estou dentro do Brasil que é do índio... Eu nasci para isso." Este é um trecho significativo a a respeito de seu autor, extraído do discurso de Mário Juruna, na Câmara dos Deputados, na sessão de 19/10/1984.

De nacionalidade xavante, Juruna viveu até os 17 anos isolado do mundo exterior. Foi eleito cacique da aldeia de Namunjá, em Barra do Garças, Mato Grosso. Defensor dos direitos indígenas, desde os anos 1970, Juruna percorria os gabinetes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para reivindicar a demarcação de terras dos xavantes. Ficou conhecido por carregar um gravador no qual registrava conversas e promessas de políticos.

Em 1980 derrubou o veto do governo à sua saída do país e viajou para Rotterdam, na Holanda, onde presidiu o 4o Tribunal Bertrand Russel, de Direitos Humanos.

Dois anos mais tarde, candidato pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro. Criou a Comissão Permanente do Índio na Câmara dos Deputados. Organizou também o 1o Encontro de Lideranças dos Povos Indígenas do Brasil, que reuniu 644 caciques.

Mário Juruna tentou a reeleição em 1990 e 1994, mas não conseguiu se reeleger. Passou a viver em Guará, cidade satélite de Brasília. De qualquer modo, foi o primeiro parlamentar indígena a ocupar posição de destaque no cenário político nacional. Morreu aos 58 anos, em consequência de diabete crônica. Deixou 11 filhos e, segundo uma de suas filhas, Samantha, "uma aldeia de netos".