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Peter Ilyich Tchaikovsky Compositor russo

7/5/1840, Votkinsk, Rússia

6/11/1893, São Petersburgo, Rússia

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

30/01/2013 08h58

Peter Ilyich Tchaikovsky foi um compositor romântico russo que viveu em meados do século 19 e que pelo vigor e criatividade de sua obra se transformou num dos mais populares e reconhecidos autores da música clássica de todos os tempos.

Foi o segundo de uma família de seis filhos e nasceu em Votkinsk, na região de Vyatka, na Rússia, em 7 de maio de 1840. Apesar de tocar piano desde os cinco anos de idade, Petia, como era carinhosamente chamado pelos mais próximos, teve seus estudos dirigidos para outra área, a advocacia, e acabou por se graduar na Imperial School of Jurisprudence na cidade de São Petersburgo. Chegou a trabalhar no Departamento de Justiça Russo, mas definitivamente essa não era sua vocação.

Em 1863, já com mais de vinte anos, começou a estudar música com Anton Rubinstein, no Conservatório de São Petersburgo e, por conta de grande esforço pessoal, progrediu rapidamente nos estudos. Três anos mais tarde, passou a lecionar teoria musical e composição no Conservatório de Moscou. Nessa época compôs uma das primeiras sinfonias, que chamou de Sonhos de Inverno.

Durante seu período no Conservatório de Moscou, teve oportunidade de conhecer outros autores consagrados da música clássica, entre eles, Franz Liszt e Hector Berlioz, compositores húngaro e francês, respectivamente, que fizeram turnês pela Rússia. A crescente fama e reconhecimento do compositor russo acabaram por influenciar autores novos, entre eles, Sergei Rachmaninoff, que um pouco mais tarde teria sua obra também mundialmente conhecida. Tchaikovsky percebeu o valor de Rachmaninoff e foi um incentivador de sua carreira.

As obras geniais

Dono de uma vasta obra musical, Tchaikovsky brilhou com os balés O Lago dos Cisnes e A Bela Adormecida, com a ópera Eugene Oneguin e o Concerto para Piano nº1, que se tornaria uma de suas mais conhecidas composições. Desde as primeiras audições tais obras ganharam a aprovação imediata do público e até os nossos dias são lembradas como grandes criações da música erudita universal.

Entre seus trabalhos mais importantes, figuram ainda o balé O Quebra Nozes e as óperas The Voyevoda, The Oprichnik, Vakula, o ferreiro, A Donzela de Orléans, Mazeppa, A Encantadora e Rainha de Espadas. Nas composições orquestrais, destacam-se as obras Romeu e Julieta, Abertura 1812, A Marcha Eslava, Tempestade e Francesca da Rimini, entre tantas outras composições que atestam o gênio criativo de Tchaikovsky.

Ao contemplar em seu repertório a produção de sinfonias, concertos, óperas, balés e música de câmara, Tchaikovsky deu a suas criações uma abrangência temática e de intensidade dramática que o conduziram além de uma produção meramente nacionalista, como era o caso da maioria dos compositores russos de sua época, e o transformaram num artista de renome internacional.

Seguidas turnês pela Europa e pelos Estados Unidos também contribuíram para a divulgação e internacionalização de sua música. Tal popularidade o levou inclusive a ser convidado para inaugurar em Nova York, em 1891, o Carnegie Hall, o renomado teatro que até hoje confere enorme prestígio às apresentações de música erudita e popular que ali se realizam.


As dificuldades do homem

O sucesso e as realizações obtidas pelo artista não repercutiam, no entanto, na vida pessoal do compositor. Com uma personalidade insegura, de natureza tímida e nervosa, Tchaikovsky tinha dificuldades em seus relacionamentos afetivos e essa é uma área em que ele nunca esteve plenamente realizado.

Depois de uma desilusão amorosa e já com mais de trinta anos, casou-se com Antonina Ivanovna Milyukova, uma de suas alunas e admiradora, mas o casamento foi desastroso, não durou muito e logo estavam separados. Mesmo que o casamento não tenha se consumado, Antonina nunca aceitou o divórcio.

Todo o sucesso obtido ainda em vida não trouxe tranquilidade financeira a Tchaikovsky. É certo que mais de uma vez esteve em dificuldades e precisou recorrer à ajuda de admiradores influentes. Numa dessas vezes, o Imperador Alexandre III, sensibilizado com a situação do artista, não só quitou suas dívidas como passou a destinar-lhe uma pensão mensal. Notória também foi a contribuição da baronesa Nadyezhda Von Meck, que durante muito tempo o amparou financeiramente. Um fato curioso é que, apesar da correspondência por carta que mantiveram durante anos, o compositor e sua patrocinadora nunca se viam pessoalmente, segundo consta por insistência da própria baronesa.

A morte pela cólera

Mesmo que alguns biógrafos tenham levantado a hipótese de suicídio, a versão mais aceita da morte do compositor é de que ela aconteceu em decorrência da cólera. Tchaikovsky, numa confraternização com amigos, resolvera não ingerir bebida alcoólica e teria tomado um copo de água infectado.

Poucas horas depois do episódio e apesar de todos os esforços para salvá-lo, o compositor morria na casa do irmão, Modest. Era 6 de novembro de 1893 e sua morte, se por uma lado empobrecia o mundo da música erudita da época, deixava para a posteridade um legado incomparável.