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15 de outubro - Que tal aprender bons motivos para comemorar o Dia do Professor?

Heidi Strecker*, especial para Página 3 Pedagogia & comunicação

Quando eu era pequena eu tinha um professor, no lugar de uma professora, como a maioria das crianças. Puxa, eu admirava meu professor. Parecia que ele sabia tudo! E o mais incrível, eu pensava, é que ele fazia uma força danada para a gente ficar sabendo aquelas coisas todas que ele já sabia.

Meu professor parecia muito grande, mas quem sabe fosse eu muito pequena.

Acontece que fui crescendo e continuei achando meus professores e professoras grandes. Por que será? A gente pensa que o professor nasce sabendo. Mas isso não é verdade. Ele tem que estudar anos e anos para poder ensinar aquelas coisas pra gente. Dizem também que professor tem muita paciência, paciência de Jó. Todo mundo admira o jeito que ele tem pra lidar com os alunos. O que muita gente não sabe é que é que ele estuda - e muito - o que deve fazer para prender a atenção da turma toda.

Tem professor que faz rir. A turma gargalha só de ver o jeito dele. Em compensação, tem professor tão sério que dá até medo de chegar perto. Fui descobrindo aos poucos que o professor também é como todo mundo, também fica chateado, tem preocupação, perde a paciência.

Você sabia que essa profissão é uma das mais antigas que existe? O filósofo grego Sócrates era professor de Platão, veja só. E isso foi há 25 séculos atrás! Sócrates não ensinava numa escola, mas em locais públicos, como praças e ginásios. Ele conversava com as pessoas, fazendo perguntas e provocando seus discípulos, o que os obrigava a pensar. E como!

No Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios também eram instruídos por meio de conversas e do exemplo de pessoas da família ou dos chefes da tribo. Quando chegaram os jesuítas, há quase 500 anos, fundaram as primeiras escolas brasileiras. Os mestres ensinavam os filhos dos índios a ler, escrever, contar e falar português, já pensou? Um dos primeiro professores no Brasil foi o padre jesuíta José de Anchieta.

Sem o professor, fica difícil imaginar como a cultura poderia se desenvolver e se disseminar. É o professor que revolve os valores e o conhecimento, passa os valores de uma geração para outra e ainda constrói novos conhecimentos com os seus alunos.

E como surgiu o dia do professor? Bem, um decreto de D. Pedro 1º, em 15 de outubro de 1827, definiu como deveriam ser as Escolas de Primeiras Letras em todo o Brasil. Essa lei dizia, entre outras coisas, o que deveria ser ensinado para meninos e meninas. Em 1963, um decreto do presidente João Goulart instituiu o dia 15 de outubro como dia do professor. Uma homenagem muito justa.

Sabe quantos professores tem o Brasil? Cerca de 2,4 milhões de professores, só na educação básica. Quase 80% trabalham na escola pública. Ensinam crianças pequenas nas creches e nas salas de alfabetização, ensinam nos programas de educação de jovens e adultos e também no ensino fundamental e médio. Tem professor que não acaba mais!

Além disso, temos também os outros professores. Professor de violino, professor de judô, professora de capoeira, professor de alemão, professora de faculdade, de pós-graduação. E tenha certeza: todo professor é também aluno, a vida inteira. Está sempre se aperfeiçoando, estudando, lendo e fazendo mais cursos. Não acaba nunca a formação do professor.

Mesmo assim, no Brasil o professor, em geral, não ganha aquilo que merece. É um grande problema, ele fica sem tempo, dá muitas aulas seguidas, não consegue se capacitar. O Brasil precisa cuidar bem do professor, você não acha?