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Hipertensão - Aumento da pressão arterial traz riscos à saúde

Alice Dantas Brites

Para entender o que é a pressão arterial, precisamos conhecer um pouco do funcionamento do coração e do nosso sistema circulatório. O coração humano é um órgão musculoso que bombeia o sangue através de um intrincado sistema de vasos sanguíneos.

Existem três tipos principais de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares. As artérias são vasos elásticos e com uma camada de tecido muscular bem desenvolvida. Elas conduzem o sangue do coração para o restante do corpo. As veias também são vasos elásticos, porém apresentam uma camada de tecido muscular menor. Elas conduzem o sangue de volta ao coração. Os capilares não possuem tecido muscular e são extremamente finos. Eles ligam os demais vasos aos tecidos.

Em média, o coração humano bate 70 vezes por minuto, bombeando aproximadamente 5 litros de sangue a cada minuto. Este número depende de vários fatores, como, por exemplo, condicionamento físico, idade, estado emocional e atividade que estamos realizando. O movimento de contração do coração é chamado de sístole, o seu relaxamento, de diástole.

Pressão arterial

O sangue que corre pelo sistema vascular, impulsionado pelos movimentos de sístole e diástole do coração, exerce pressão contra as paredes dos vasos sanguíneos. A pressão exercida na parede das artérias é chamada de pressão arterial. Devido a sua parede elástica e altamente muscular, as artérias são capazes de controlar a pressão do sangue circulante.

O sangue que deixa o coração durante a sístole dos ventrículos e penetra na artéria aorta ou pulmonar encontra-se sob grande pressão. Ao receber o sangue, as paredes das artérias se relaxam. Isso aumenta o diâmetro do vaso e diminui sua pressão interna, permitindo que o sangue flua livremente. Ao contrário, quando ocorre a diástole, as paredes arteriais se contraem, diminuindo de volume e impulsionando o sangue.

A pressão arterial é controlada por impulsos nervosos e pela ação hormonal. A adrenalina, por exemplo, provoca a vasoconstrição e, consequentemente, o aumento da pressão arterial.

Desta forma, durante a sístole a pressão arterial é máxima - e durante a diástole, mínima. A medida da pressão arterial é realizada em milímetros de mercúrio (mmHg), sendo que os valores considerados normais são de 120 mmHg para a pressão máxima (ou sistólica) e 80 mmHg para a pressão mínima (ou diastólica).

Hipertensão

Quando a pressão arterial ultrapassa os limites considerados normais, as paredes das artérias começam a ser forçadas. A elevação anormal da pressão arterial é chamada de hipertensão ou simplesmente "pressão alta". Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, quando a pressão atinge níveis iguais ou superiores a 140/90 mmHg o indivíduo é considerado hipertenso.

A hipertensão aumenta o esforço realizado pelo coração e danifica as paredes arteriais. Ela aumenta o risco de doenças cardíacas, problemas renais, derrames e de se desenvolver arterosclerose.

A elevação da pressão arterial pode ser momentânea e ocorrer devido a causas naturais, como, por exemplo, após a prática de exercícios físicos ou em condições de estresse. Ou pode se manter em níveis constantemente altos devido a alguma disfunção do organismo, caracterizando a hipertensão.

No entanto, a origem da pressão alta nem sempre é detectada, e o indivíduo hipertenso pode não manifestar sintomas por muito tempo. Em casos nos quais a origem da hipertensão é desconhecida, o problema é chamado de hipertensão primária. Quando os motivos da pressão alta são conhecidos, fala-se em hipertensão secundária.

Possíveis causas

A seguir, veremos três possíveis origens da pressão alta.

Uma é o enrijecimento e estreitamento das artérias. Isso pode ocorrer, entre outros motivos, devido à deposição do colesterol ruim (LDL) nas paredes arteriais.

Outro motivo são problemas renais, que prejudicam a filtração de fluidos. Quando os rins não realizam a filtração de forma eficiente, o resultado é um maior volume de líquido circulando pelos vasos sanguíneos. Consequentemente, a pressão sobre as paredes arteriais será maior.

Mas a hipertensão também pode estar relacionada a problemas de origem genética, que levam a anormalidades morfológicas nas artérias.

Estas são apenas algumas das possibilidades que podem levar ao aumento anormal da pressão sanguínea.

A hipertensão pode atingir qualquer um, inclusive crianças. No entanto, estudos indicam que ela é mais comum em indivíduos com taxas de colesterol altas, do sexo masculino, acima dos 35 anos, sedentários, portadores de doenças renais ou diabete.

A hipertensão pode surgir também durante a gravidez, principalmente nos últimos três meses de gestação. Neste caso, é chamada de pré-eclampsia e pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Na maioria dos casos, os níveis de pressão voltam ao normal após o parto.

Diagnóstico e tratamento

Como os sintomas da hipertensão são, geralmente, imperceptíveis, a única maneira segura de detectar o problema é realizando exames de pressão regularmente. Recomenda-se que indivíduos saudáveis meçam a pressão a cada seis - ou no máximo doze meses. Para aqueles já diagnosticados como hipertensos este intervalo deve ser menor.

Na maioria dos casos, a hipertensão pode ser controlada, mas não curada. Isso porque, na maioria das vezes, sua origem é desconhecida. Assim, o controle é realizado com o auxílio de remédios e com a adoção de hábitos de vida saudáveis.

Os medicamentos utilizados para controlar a hipertensão atuam, basicamente, de duas formas. Os medicamentos diuréticos diminuem a quantidade de fluído circulante no sangue e, consequentemente, levam à diminuição da pressão arterial. Outra classe de remédios provoca o relaxamento das paredes arteriais, este é o caso dos medicamentos chamados de alfa ou beta-bloqueadores.

A adoção de hábitos de vida saudáveis também contribui para o controle da pressão arterial. Assim, não fumar, praticar exercícios de forma regular, controlar o peso e adotar uma alimentação balanceada, ajudam a prevenir e a controlar a hipertensão.

Alguns pontos importantes quanto à alimentação são o controle da ingestão de gorduras e de alimentos com alto teor de colesterol ruim - e a redução da ingestão de sal. O sal provoca a retenção de líquidos no organismo, aumentando o volume de líquido circulante e elevando a pressão arterial.

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