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Transporte ferroviário - Brasil voltou a investir em ferrovias

A presidente Dilma Rousseff fala sobre a abertura das consessões de ferrovias no Brasil - Wilson Dias/ABr
A presidente Dilma Rousseff fala sobre a abertura das consessões de ferrovias no Brasil Imagem: Wilson Dias/ABr

Ronaldo Decicino

(Atualizado em 06/01/2013, às 12h40)

Quando se fala em transporte de carga, especialmente nos países de dimensões continentais, as ferrovias surgem como uma das opções mais eficazes. O Brasil implantou suas primeiras linhas ferroviárias no século 19 - e elas representaram uma importante contribuição para o processo de modernização do país. Contudo, enquanto o transporte ferroviário ampliava seu espaço em todo o mundo, no Brasil ocorria o contrário.

A cultura de implantar rodovias ganhou espaço no Brasil a partir do século 20. Nossos governantes não aprenderam as lições de outros grandes países, como os Estados Unidos, donos de uma malha ferroviária com 162 mil quilômetros há mais de um século.

Processo de recuperação

Atualmente o Brasil conta com uma malha ferroviária de apenas 29 mil quilômetros. Em 1996, as ferrovias brasileiras estavam à beira do caos - arruinadas pelo tempo e afundando em prejuízos. Teve início, então, um lento processo de recuperação.

Até 2007, segundo informações da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), as empresas concessionárias investiram R$ 14,4 bilhões para aquisição, recuperação e ampliação de frota de vagões e locomotivas, promovendo melhorias na via permanente, introduzindo novas tecnologias e capacitando pessoal.

Em 2008, as concessionárias desembolsaram mais R$ 2,5 bilhões, além dos recursos do governo federal, da ordem de R$ 789 milhões. O transporte ferroviário brasileiro deverá receber, até 2015, algo em torno de R$ 30 bilhões em obras de expansão e na aquisição de novo equipamentos.

Como resultado desses investimentos, a produção ferroviária nacional aumentou em 87,6%, passando de 137,2 TKU (tonelada por quilômetro útil transportada), em 1997, para 257,4 bilhões de TKU em 2007. O índice de acidentes também teve uma redução de 80,7% no período. Além disso, houve recuperação do material rodante e a compra de novos equipamentos, o que elevou a frota brasileira para 81,64 mil vagões e 2,22 mil locomotivas.

A América Latina Logística (ALL), maior operadora com base ferroviária na América Latina, registrou em 2008 um crescimento de 12% em volume de operações no território brasileiro. Outra empresa, a Rumo Logística, prevê um investimento de R$ 1,2 bilhão ao longo de cinco anos, e suas operações terão início em 2010. Outro gigante do setor, a Companhia Vale do Rio Doce - que opera as estradas de ferro Carajás, Vitória a Minas e Centro-Atlântica - terá uma malha de 10 mil quilômetros, e já transportou 25,966 bilhões de TKU para terceiros em 2008, gerando uma receita de R$ 3 bilhões.

A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) planeja construir milhares de quilômetros de estrada de ferro interligando os estados do Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina, obra orçada em R$ 2,94 bilhões e que poderá estar concluída até 2015. As novas linhas serão fundamentais para a integração da América do Sul.

Há também a previsão de se construir o chamado Ferroanel de São Paulo, para transporte de carga, e o trem-bala, que deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas a partir de 2014.

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