Como escolher escola

Perfil do estudante é principal fator na escolha da escola do adolescente

Ana Okada
Em São Paulo


Ao mudar de escola, pré-adolescentes e adolescentes já têm uma vivência a ser considerada. Segundo especialistas, essa experiência pode e deve ser utilizada na hora de escolher a nova escola: os pais devem saber como são seus filhos no dia a dia escolar e de que maneira eles aprendem, para, então, começar a escolher o estabelecimento.

"Muitas vezes os pais não sabem nem em quais matérias seus filhos vão bem ou vão mal; é importante conversar, discutir a mudança, ver se o filho vai gostar do local", diz a psicóloga Isabel Christina do Carmo Gonçalves.

O que você leva em conta ao escolher a escola do seu filho?
 

Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Estudante deve ser ouvido na hora de escolher escola de ensino fundamental e médio (8.ago.2007 - Rogério Cassimiro/Folha Imagem)




Por que mudar de escola? Essa é a primeira pergunta que deve ser respondida. Mudar o filho que não gosta de estudar de uma escola "fraca" para uma escola "forte" pode piorar seu rendimento, em vez de melhorá-lo.

"Muitos não aguentam a pressão das escolas 'top'; talvez esses alunos pudessem se sair melhor em escolas que não exigissem tanto", diz Isabel. Os estudantes também podem querer mudar porque os colegas vão ser transferidos, ou ainda, porque estão prestes a ser reprovados na escola em que estão. Nesses casos, é necessário ver se o perfil do aluno irá se encaixar ao do novo estabelecimento de ensino e se essa mudança será, de fato, boa para o aluno.

De acordo com a psicopedagoga Andréa Racy, os pais não costumam pensar muito sobre essa mudança até chegar o momento do ensino médio. Isso acontece porque essa etapa nem sempre é oferecida em todas as escolas.

Outro fator que conta nessas horas é a proximidade do período de vestibular - motivo de apreensão para boa parte de pais e alunos. Com isso, "[os pais] não vêem se o filho vai se adaptar e a mudança acaba não dando certo", na opinião de Andréa. "Por isso é preciso conhecer a escola para ver se a família vai se adaptar", afirma a psicopedagoga.

Além de levar em conta a qualidade da escola, é importante visitar os colégios junto dos filhos e, de preferência, durante o horário das aulas.
 

Meu filho vai se adaptar?

Para saber se seu filho irá se adaptar à nova escola é importante considerar os seguintes itens:
 

  • Verificar se a linha pedagógica da última escola é aproximada da pedagogia da nova escola.
     
  • Saber quais atividades o filho terá que fazer e se a agenda é conciliável com os compromissos que ele já tem.
     
  • Observar se escola oferece ajuda para alunos com problemas de aprendizagem.
     
  • Certificar-se de que restará algum tempo livre na rotina do estudante. De acordo com a psicóloga Andréa, os jovens também devem ter um tempo para não fazer nada, para que possam se distrair: "o tempo livre também ensina".
     
  • O espaço físico da escola é suficiente para todos os alunos de um turno? Muitos adolescentes estão crescendo e, com isso, têm que reaprender sobre os limites do próprio corpo; para isso, é necessário espaço.
     
  • O aluno gosta de estudar ou não? A entrada em uma escola "mais puxada" pode até traumatizar o estudante; por outro lado, uma escola "mais fácil" pode desestimulá-lo. Os pais devem ver, a partir das avaliações e atividades que a escola pede, qual será a melhor dinâmica para seu filho.
     
  • Verificar se a escola valoriza os esportes, pois nessa faixa etária é comum o interesse por modalidades esportivas e competições.


"Vi que o pessoal lá tinha uma cabeça boa"

Letícia Utagawa, 15, entrou esse ano no ensino médio e fez uma pesquisa antes de escolher a escola em que iria estudar: "Vi o ranking das melhores escolas no Enem e lá estava a escola em que eu queria entrar. Procurei a comunidade deles no Orkut, vi os comentários dos estudantes de lá e vi que tinham uma cabeça boa. Vi também que os ex-alunos entravam em boas faculdades; acabei prestando vestibulinho só nessa escola mesmo", disse a estudante, que entrou em uma das Etecs (Escolas técnicas de São Paulo).

Inicialmente, ela iria para uma escola particular próxima da sua casa, na qual iriam estudar suas amigas. A estudante resolveu, porém, prestar vestibulinho após influência de uma amiga, que lhe falou sobre as escolas técnicas públicas, e de seu pai, que sempre estudou em instituições públicas. "Fiquei muito nervosa com a prova, mas passei. Estou feliz, a escola superou minhas expectativas: as pessoas têm mais cabeça, então elas se tornam mais interessantes. Dói pensar que vou ficar no colegial só por três anos", concluiu.

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