Como escolher escola

Custos da educação devem comprometer até 20% do orçamento, diz consultor

Simone Harnik
Em São Paulo


Os investimentos em educação ficam pesados e atrapalham o fechamento do balanço mensal? Talvez você tenha dado um passo maior do que a perna na educação de seu filho: segundo o consultor Luiz Jurandir Simões, da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis), os gastos com escola, material, uniforme, passeios e afins não devem ultrapassar 20% da receita mensal da família.

"Os custos devem ser de 15% a 20% do orçamento, no máximo. A não ser que a família tenha mais de dois filhos - o que pode elevar os custos a 30% ou 40%", afirma.
 

Reprodução/SXC

Custos da escola devem caber no orçamento mensal; fique atento (Reprodução/SXC)




"Se a educação tomar 50% dos ganhos mensais, existe aí um exagero, um absurdo. Aplicar esse percentual é colocar uma angústia dentro de casa. Isso é uma loucura completa."

O que você leva em conta ao escolher a escola do seu filho? Opine
 

Qualidade versus preço

Para Simões, os pais devem ter clara a ideia de que criar bem um filho não é, necessariamente, gastar muito dinheiro. "É importante que a pessoa entenda que qualidade não é preço. Há pais que se sacrificam tanto para pagar um colégio caro, que não têm tempo para participar da educação dos filhos."

Aí, qual a alternativa para um colégio caro? Segundo o consultor, é uma escola com mensalidades que caibam no bolso associada a atividades culturais com a família. "Se a criança tem uma escola com preço mais módico, mas vai ao cinema, a bibliotecas, aos museus com os pais, terá uma educação mais sólida", argumenta.
 

Academia, violão, natação

O ideal, segundo especialistas, é escolher a escola pelo projeto de ensino e pelas condições de desenvolvimento que ela oferece para os estudantes. Ou seja: não vale a pena optar exclusivamente por um colégio que mantenha atividades extra-classe variadas.

No entanto, se para a família é interessante que o filho ou a filha pratiquem esporte, façam cursos de idiomas ou aulas de música, por exemplo, uma instituição que disponha desse tipo de aula pode ser vantajosa financeiramente.

"Em geral, sai muito mais barato pagar cursos de idiomas ou de esportes dentro da própria escola", diz Simões. Isso porque aulas em escolinhas de esporte ou em centros de línguas têm outro custo embutido: o do transporte.
 

Desconto para irmãos

A Fundação Procon de São Paulo, por sua vez, orienta as famílias a, quando for o caso, pedir desconto para irmãos - a medida pode representar uma economia de recursos.

Outros custos a serem levados em conta, de acordo com o Procon-SP são:


  • o valor do uniforme - e se ele deve ser comprado exclusivamente na escola ou em fornecedores específicos;
     
  • o preço do transporte escolar e se ele é devidamente registrado;
     
  • o preço da merenda, se é oferecida;
     
  • os custos de passeios e excursões e se é obrigatória a participação da criança;
     
  • para os pais que não têm horário fixo, é importante observar se a escola permite que o aluno fique lá por mais tempo (e qual a taxa para isso).
     

De acordo com o Procon-SP, há também a possibilidade de firmar um "seguro escola", para caso de morte, invalidez ou desemprego dos responsáveis ou para acidentes envolvendo o estudante.

Se a família se interessar pelo recurso, é necessário verificar registro na Susep (Superintendência de Seguros Privados). Normalmente, as escolas que oferecem o seguro firmam contratos coletivos. É possível firmar contrato individual, sem intermediação da escola, mas o preço fica mais salgado.

Na hora de fechar o seguro é importante saber bem a duração, a indenização, os reajustes e qual é a cobertura. Não deixe de ler nenhuma cláusula do contrato e tire as dúvidas antes de assinar. Nunca deixe espaços em branco, sem preenchimento, no contrato - recomenda o Procon.
 

Efeito psicológico do preço

A mensalidade da escola é exorbitante e você está convencido de que isso é bom? Cuidado, você pode ter caído no "efeito psicológico do preço".

De acordo com Simões, a qualidade da educação não cresce junto com o valor das taxas. "Pelo preço alto, o pai tem uma visão de que o colégio é ótimo. Mas é preciso ficar atento, porque há locais que oferecem meramente um 'showzinho', sem estrutura pedagógica séria".
 

Resumo da ópera

"Procure uma escola boa, com preço acessível, que não exploda o orçamento e participe da educação de seu filho. Compartilhar momentos de leitura, de exposições, discutir programas de TV mais provocativos fazem toda a diferença", orienta o consultor.

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