Reitores da UFMG e Unifal dizem que não concordam com críticas feitas ao Enem
Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília
Os reitores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) rejeitaram as críticas feitas pelo Forcops (Fórum das Comissões de Processos Seletivos de Minas Gerais) ao novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Tanto os dirigentes que deixam seus cargos quanto os que tomaram posse hoje (18) no MEC (Ministério da Educação) disseram que não reconhecem o documento divulgado ontem (17).
Eles também negaram que as suas universidades já tenham decidido descartar a utilização do Enem em substituição ao vestibular tradicional. Antônio Siqueira, reitor que deixa a Unifal essa semana, disse que as críticas “não eram apoiadas pela universidade”. O documento divulgado pela Forcops afirmava que o Enem estava “em descrédito”.
“O Sisu [Sistema de Seleção Unificada] é um processo que faz diferença na democracia e na mobilidade acadêmica”, defendeu.
Já o reitor que está deixando a direção da UFMG, Ronaldo Pena, disse que “funcionários podem expressar suas opiniões individuais, mas que só o reitor fala pela universidade”. Pena defendeu ainda que há interesses eleitorais na divulgação desse documento.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que “todo cidadão tem direito de expressar suas opiniões”, mas ressaltou que essas críticas não representavam a opinião das instituições.
Sobre as críticas feitas ao sistema pelo Fórum, Haddad defendeu que “não existe processo que não possa ser aperfeiçoado” e que todas as contribuições que estão sendo recebidas estão sendo analisadas pelo comitê de governança do novo Enem, que é formado pelo ministério, universidades e secretários estaduais de educação.
O novo reitor da Unifal, Paulo de Faria e Silva, disse que ainda é muito precipitado fazer avaliações sobre o Sisu “já que o processo ainda está sendo finalizado”. Segundo ele, esse debate será feito pelo conselho universitário da instituição.
A UFMG não participou do primeiro processo de seleção unificada, mas o recém-empossado reitor da instituição, Clélio Campolina Diniz, disse que a possibilidade de adoção do sistema ainda será discutida. Particularmente, ele disse ser favorável ao modelo.
“É preciso ter formas de seleção que superem o vestibular tradicional. Um novo sistema é bem-vindo e necessário. As dificuldades existem, mas esse é um país enorme, é impossível introduzir um sistema sem falhas. Eu espero que o Enem se estabilize e que o antigo modelo de vestibular seja superado a médio prazo”, defendeu.
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