Pagamento anunciado da URP não garante volta às aulas na Universidade de Brasília

Gilberto Costa
Da Agência Brasil

Brasília

 O setor de pagamentos da reitoria da UnB (Universidade de Brasília) fechará nesta sexta (19) a folha dos docentes e dos funcionários da instituição prevendo o crédito da URP (Unidade de Referência de Preços), índice pago por decisão judicial que representa mais de um quarto dos salários dos servidores da UnB (26,05%).

A folha de pagamento seguirá para a homologação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Em ofício encaminhado ontem (18) à Secretaria de Recursos Humanos da universidade, o ministério recomendou que seja feito o pagamento, conforme já havia determinado a Justiça Federal e, inicialmente, se posicionado a favor a própria AGU (Advocacia-Geral da União).

Apesar da recomendação favorável para o próximo contracheque, o governo vai manter a disputa judicial contra o pagamento do índice. A AGU protocolou no TRF (Tribunal Regional Federal) pedido de reconsideração da decisão que autorizou a UnB a não suspender a remuneração da URP, “sob risco de ocorrer lesão aos cofres públicos”.

O pedido da AGU é relativo à ação movida pelo Sintfub (Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília). Além dessa, há ações da associação de professores e funcionários aposentados e da ADUnB (Associação de Docentes da Universidade de Brasília), que já obteve decisão favorável no STF (Supremo Tribunal Federal).

Os ganhos na Justiça e a possibilidade de que a URP seja paga no próximo vencimento não suspendem a greve dos docentes da UnB, iniciada no último dia 9. Os professores temem que o Ministério do Planejamento proponha nova fórmula de fazer o cálculo da URP, congele e fixe um valor para o índice que começou a ser pago em 1989 e foi estendido a todos os professores e funcionários da UnB em 1991.

“O Ministério do Planejamento e o Tribunal de Contas da União têm uma visão peculiar. Fazem cortes para adaptar a decisão da Justiça conforme aquilo que acham correto”, reclama Flávio Botelho, presidente da Adunb. Além da manutenção da URP, o presidente da associação enfatiza que não foram pagos o valor relativo à URP na segunda parcela do décimo-terceiro salário (novembro) e nem no adiantamento e na gratificação de um terço de férias.

A greve dos professores da UnB tem o apoio de toda a comunidade universitária. Funcionários e alunos também entraram em greve na última terça-feira (16) por causa do pagamento da URP. Hoje, às 10h, as três categorias farão uma manifestação em frente ao Ministério do Planejamento em Brasília.

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