Governo gaúcho oferece 6% de aumento aos professores; categoria quer 23,4%

Flávio Ilha

Especial para o UOL Educação<br>Em Porto Alegre

O governo gaúcho enviou, nesta quarta-feira (24), à Assembleia Legislativa uma nova proposta de reajuste salarial para o magistério público estadual. O aumento de 6% no salário básico será dividido em duas parcelas: 4% em setembro e 2% em março de 2011. Além disso, o piso da categoria será elevado para R$ 1,5 mil. Os professores reivindicam 23,14% de aumento sobre o salário básico.

O projeto precisa ser aprovado e sancionado até 6 de abril, em função do calendário eleitoral. Segundo o líder do governo na Assembleia, deputado Adilson Troca (PMDB), a proposta deverá ser votada na semana que vem. Ele disse que o custo do aumento ao magistério é de R$ 300 milhões ao ano.

“Corremos contra o tempo. Se não houver reajuste agora, não tem mais”, disse o parlamentar. Uma reunião do secretário da Educação Ervino Deon com representantes do Cpers (sindicato dos professores do RS) no final da tarde tentou convencer os líderes do magistério a apoiar a proposta, sem sucesso.

“Não aceitaremos. A proposta de piso salarial já foi rejeitada pela nossa categoria em dezembro do ano passado”, disse a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, na saída do encontro. Ela não descartou a possibilidade de uma nova paralisação da categoria.

Os professores reclamam que a proposta do governo ignora o plano de carreira da categoria ao oferecer um reajuste linear, independentemente do tempo de serviço e da formação do docente. “A proposta ataca e descaracteriza nosso plano de carreira, que foi uma conquista de muitos anos de luta”, afirmou a sindicalista.

Além disso, Rejane criticou o parcelamento contido na proposta do governo. “O aumento é irrisório e ainda por cima parcelado. É difícil de acreditar”, ironizou. Um grupo de professores ficou em vigília desde o início da manhã para tentar impedir o governo de remeter a proposta à Assembleia Legislativa. 

O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, disse que o governo reconhece as limitações da proposta, mas que o aumento é o possível neste momento. Ele reclamou que falta compreensão aos dirigentes sindicais para reconhecer o esforço do governo. “Se formos para o confronto, será mais difícil buscar uma solução”, disse.

O presidente da Assembleia, Giovani Cherini (PDT), remeteu ao governo uma contra-proposta: 5% de reajuste do salário básico em setembro e mais 3% em janeiro de 2011. “Fiz um pedido formal à governadora”, disse o presidente. Segundo ele, uma nova proposta do Executivo pode ser apresentada nas próximas horas.
 

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