Enem

Haddad: "São Paulo exporta universitários porque oferece poucas vagas públicas"

Da Redação*

Em São Paulo

"São Paulo é o Estado que oferece menos vagas públicas em relação a sua população. Por isso, muitos jovens paulistas procuram vagas [em universidades e faculdades] fora de seu Estado”, disse o ministro Fernando Haddad (Educação) em audiência na comissão de educação da Câmara dos Deputados. Ele havia sito questionado sobre a mobilidade que o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) poderia permitir.  A reunião aconteceu na última terça-feira (23), em Brasília. 

Haddad reiterou, ainda, que a responsabilidade por este cenário é da União. “Enquanto Estados como Minas Gerais tem 11 universidades federais, o Rio Grande do Sul tem sete e o Paraná tem quatro universidades, São Paulo, o Estado mais populoso da federação tem apenas três”. Isso explica, segundo o ministro, por que um terço das bolsas do Prouni, programa de bolsas do governo federal, está concentrado em São Paulo, onde também está concentrado o maior número de instituições particulares de ensino superior. “É uma forma de compensação, sem dúvida”, disse.

O ministro sempre defendeu o Sisu como um jeito de permitir a mobilidade dos estudantes -- que, com uma única inscrição (a do Enem, Exame Nacional do Ensino Médio), conseguem concorrer a vagas em diversas instituições federais. Em sua primeira edição o Sisu ofereceu 47,9 mil vagas em 51 instituições públicas. Questionado sobre o assunto, Haddad foi enfático: “Este é um dos pilares do Enem, o que garante o caráter nacional do exame e que o aproxima das práticas contemporâneas dos Estados Unidos e da União Européia”. 

Processo conturbado

A primeira edição do Sisu, que selecionou estudantes por meio do Enem, apresentou falhas no seu primeiro dia de funcionamento, apresentoualto índice de desistência entre as etapas e  teve problemas com a atualização da lista de espera.  

Com relação ao Sisu, Haddad disse que, até o final do mês, as vagas que não foram preenchidas devem estar ocupadas.  A primeira edição do Sisu terminou com mais de 7.000 vagas sem preenchimento, segundo balanço da pasta, divulgado em 17 de março.  "Como podemos falar em sobra, quando temos uma lista de espera com mais de 200 mil nomes?”, disse o ministro. Ele explicou também que essas vagas em aberto nos institutos e nas universidades federais se referem a algumas licenciaturas e cursos de tal forma específicos que historicamente possuem uma demanda baixa. 

O ministro Fernando Haddad garantiu que, em reunião com reitores das universidades e dos institutos federais, ele só ouviu críticas construtivas e que aposta desde já no sucesso do Enem 2010/2011. “Estamos aprendendo com o processo. Todos. Mas, tenho certeza que neste ano teremos um aumento na adesão dos institutos e universidades federais”, disse.


Mudanças no Enem

O exame, que sempre teve como objetivo avaliar a qualidade do ensino médio passou a ser um instrumento de seleção para institutos e universidades federais em 2009.

A prova, que continha 63 questões e uma redação, foi ampliada e passou a cobrar 180 perguntas dos candidatos em dois dias de avaliação. Em 2009, a prova não teve perguntas de língua estrangeira. Para 2010 são previstas perguntas de inglês e espanhol.

Por conta da importância que o novo Enem adquiriu, houve uma tentativa de fraude do exame dias antes da aplicação da prova, que ocorreria nos dias 3 e 4 de outubro. Na madrugada do dia 1 de outubro, a prova foi cancelada pelo MEC (Ministério da Educação). Depois disso, o consórcio que havia sido contratado foi afastado do processo e o ministério tomou as rédeas da organização da nova prova. Em cerca de  60 dias, o novo exame estava sendo aplicado a quase 2,6 milhões de estudantes.

 

*Com informações do MEC

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