"Enem deve passar por avanços", afirma ex-presidente do Inep
Simone Harnik
Em Brasília
O ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Reynaldo Fernandes, afirmou nesta segunda-feira (29) que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pode avançar e ser aprimorado. Segundo ele, um dos pontos que deve ser revisto é a matriz de habilidades e competências cobradas.
"A discussão sobre que habilidades e conteúdos a gente quer na prova deve ser feita ao longo do tempo", diz. "Acho que este é o próximo passo que deve ocorrer."
A prova do MEC (Ministério da Educação) foi utilizada na seleção de alunos para instituições públicas de ensino superior pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
Mudanças
Fernandes participou do processo de modificação do Enem. Até 2008, a prova cobrava apenas 63 questões e uma redação. No ano passado, além do texto dissertativo, cada estudante teve de responder a 180 testes de quatro áreas do saber.
O processo de mudança, no entanto, não ocorreu sem traumas. A primeira versão da prova teve o conteúdo furtado e acabou cancelada. Além disso, o Sisu não foi capaz de preencher todas as vagas disponíveis no ensino superior.
Fernandes participou de um colóquio sobre avaliação na Conae (Conferência Nacional de Educação), que ocorrerá até a próxima quinta-feira (1º). O ex-presidente do Inep defendeu a divulgação de rankings baseados em indicadores e provas, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ou o Enem. "Os dados precisam ser publicados. Nem o Inep nem o MEC têm o monopólio da interpretação da informação", afirma.
Segundo ele, a tendência é a de que as avaliações sejam mantidas, mas passem por melhoramentos. Um deles seria a criação de medidas de valor adicionado, ou seja, de como os estudantes aprenderam - contando o estágio incial, quando ele entra na escola; e o final, quando sai.
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