Reunião entre servidores e reitoria da USP acaba sem acordo; grevistas prometem radicalização
Os trabalhadores da USP (Universidade de São Paulo) não entraram em acordo com a reitoria da universidade, após quatro reuniões realizadas entre os dois nesta semana. O sindicato se queixa de que não houve negociação, uma vez que a universidade, a cada encontro, trazia uma proposta nova: "Houve apenas uma imposição, não um acordo. Vamos radicalizar onde tivermos que radicalizar: se tivermos que ocupar a reitoria, vamos ocupar", afirmou Aníbal Cavali, diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).
A reitoria havia proposto o final da greve, com volta dos servidores na próxima segunda-feira (7); o pagamento de cerca de 900 servidores que tiveram o ponto cortado até o dia 10 de junho; negociação da pauta específica; e que o reitor João Grandino Rodas negociasse a volta da isonomia salarial com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas). Em nota, a USP lamenta a falta de acordo e diz que "mantém-se aberta ao diálogo com quaisquer segmentos da universidade".
Grevistas da USP fizeram passeata nesta terça-feira (1º) |
Em assembleia desta quarta (2), o Sintusp aprovou continuação da greve e radicalização do movimento. "Pode ser que ocupemos a reitoria ou fechemos algum setor essencial da universidade", explica Cavali. Na próxima quarta-feira (9), foi marcada uma manifestação para relembrar a invasão da PM (Polícia Militar) ao campus da USP.
Sobre a afirmação de ontem do presidente do Cruesp, que disse que a isonomia "não existia", o sindicalista opina: "Eles estão quebrando o acordo de isonomia de abril de 1991. A reestruturação de carreira é uma mentira, porque uma reestruturação deveria passar pela questão da produtividade, e, no entanto, os aposentados também ganharam aumento".
Greve
Servidores da USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp continuam em greve e reivindicam, além do reajuste de salário definido na pauta unificada, a volta da isonomia salarial entre docentes e funcionários. A isonomia foi quebrada quando as universidades paulistas concederam aumento de 6% somente a docentes, no início do ano.
O Cruesp, na última reunião realizada com os sindicatos em 18 de maio, manteve a proposta inicial de reajuste de 6,57% para funcionários e professores, feita no dia 11/5, sem levar em conta a questão da isonomia. A pauta unificada inicial dos trabalhadores pedia 16% de aumento mais R$ 200 por perdas salariais.
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