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Vazamentos, erros e falhas de segurança: veja os problemas do Enem desde 2009

Da Redação

Em São Paulo

26/10/2011 17h27

O vazamento de questões do pré-teste do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 vem se somar a uma série de problemas que a prova enfrenta desde 2009, quando um novo modelo foi implantado pelo ministro Fernando Haddad. Veja o histórico:

Enem 2011

Neta quarta-feira (26), foi divulgado que questões do pré-teste do Enem haviam sido utilizadas em materiais de estudo do Colégio Christus, de Fortaleza. Pelo menos nove itens eram idênticos aos da prova.

No final de semana de aplicação, houve falhas de segurança. O jornal “O Globo” divulgou o tema da redação antes do tempo mínimo estabelecido para que os alunos saíssem do local de prova. O MEC (Ministério da Educação) diz que estuda processar o jornal.

No dia anterior, um fotógrafo do UOL conseguiu entrar em um local de prova de Fortaleza, sem ser impedido pela segurança. Em São Paulo, um repórter do jornal “O Estado de São Paulo” foi convocado em frente a um dos locais para ser fiscal do Enem.

Haddad fala sobre o Enem

A promessa do MEC era que o exame de 2011 seria dotado de maior segurança. O Inmetro fiscalizou todo o processo e uma empresa de gestão de riscos foi contratada para monitorar o exame.

Enem 2010

Estudantes identificaram problemas nos cadernos de provas e nos gabaritos do Enem, que foi aplicado nos dias 6 e 7 de novembro. Nos cadernos amarelos, havia questões repetidas e faltantes. Já nas folhas de resposta, os cabeçalhos dos testes de ciências da natureza e ciências humanas vieram trocados.

Justiça suspendeu o Enem 2010. No dia 8 de novembro, a juíza Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal do Ceará, acatou argumento do MPF (Ministério Público Federal) e determinou a imediata suspensão do Enem 2010 em todo o Brasil. A Justiça entendeu que o erro de impressão das provas levou prejuízo aos candidatos.

No dia 11 de novembro, a AGU protocolou o recurso contra a suspensão do Enem. No dia seguinte, o TRF da 5ª Região cassou a liminar que suspendia o Enem. A decisão foi tomada pelo desembargador Luiz Alberto Gurgel de Faria, presidente do TRF da 5ª Região, sediado na capital pernambucana.

Em novembro do mesmo ano, descobriu-se que o tema da redação havia vazado horas antes da aplicação da prova. De acordo com a PF, uma aplicadora da cidade de Remanso (BA) teve acesso ao título do texto motivador da redação cerca de duas horas antes do início das provas. Ela, então, avisou ao marido, que pesquisou sobre o tema na internet e avisou para o filho, em Petrolina (PE). O aluno procurou professores da região para pedir dicas sobre como escrever o tema “trabalho e escravidão”.

Enem 2009

Dias antes da data prevista para a aplicação do exame, os cadernos de prova foram furtados e divulgados para a imprensa. O calendário teve de ser alterado - e a prova, que seria no começo de outubro, foi transferida para o início de dezembro. O adiamento da prova alterou a forma como muitas universidades utilizariam a nota do exame.

Após a definição das novas datas, instituições federais e estaduais tiveram que mudar o calendário de provas para não coincidir com a data escolhida para a aplicação do exame.

Com o prejuízo provocado pelo vazamento da prova do Enem 2009, estimado em R$ 30 milhões, o MEC poderia adquirir mais de 6 milhões de livros didáticos pelo Programa Nacional do Livro Didático.

Professores de cursinho encontraram problemas em algumas questões da prova do Enem que vazou. Entre as críticas, estava a falta de revisão final da prova.

O gasto com a aplicação do Enem 2009, após a fraude, ficou estimado em R$ 131,9 milhões. O valor do novo contrato de aplicação do exame ficou em R$ 99,96 milhões e a impressão dos novos cadernos, em R$ 31,9 milhões.

No primeiro dia de provas, mais de 1,5 milhão de inscritos faltaram. Confusões em vários estados marcaram a realização das provas. O gabarito da prova foi divulgado com as letras das respostas embaralhadas -o Inep identificou o erro e publicou novo gabarito com retificações.

Segundo reportagem do jornal O Globoo MEC sabia que haveria uma questão anulada, mas não avisou aos alunos. Após os problemas com a aplicação do Enem, o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, deixou o cargo.