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Mitos e verdades: especialistas tiram 12 dúvidas sobre intercâmbio

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

28/06/2013 13h32

Quem sonha em fazer um intercâmbio para outro país se depara com muitas dúvidas além do destino que deve escolher. É melhor ficar em casa de família? Precisa ser fluente no idioma antes de viajar? Quanto tempo é necessário se preparar? Dá para fazer intercâmbio gastando pouco dinheiro? Vale a pena fazer um curso de curta duração?

Para tirar essas e outras dúvidas, o UOL Educação ouviu especialistas e listou informações importantes sobre hospedagem, voluntariado, currículo, fluência no idioma e até namoro, para ajudar quem deseja aproveitar ao máximo a experiência do intercâmbio. Confira a seguir:

 

  • Intercâmbio é só diversão: MITO - O intercâmbio proporciona, além de aprendizagem de um novo idioma, a vivência de novos costumes e novas experiências. Mas não se engane, o pacote também inclui responsabilidades. "Os programas de intercâmbio têm regras a serem seguidas e os participantes são obrigados a assinar um termo de ciência. O descumprimento de regras pode fazer com que a empresa desligue o intercambista do programa", afirma Paula Prado, gerente executiva da Abipe (Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil).
  • É melhor fazer intercâmbio depois de se formar do que durante o ensino médio: MITO - Não há uma idade certa para fazer a viagem. A decisão depende da maturidade e de quais objetivos o intercambista pretende alcançar. "Quanto mais cedo o jovem estiver em contato com um idioma estrangeiro, mais preparado ele estará para futuramente ingressar em uma universidade internacional” afirma Carlos Robles, presidente da Belta (associação de agências de intercâmbio). “Fazer um curso no exterior logo após o ensino médio permite, em alguns casos, que o estudante faça uma escolha mais 'madura'", destaca Luiza Vianna, gerente de produto da CI (Central de Intercâmbios).
  • Morar em casa de família é mais barato do que em residência estudantil: DEPENDE - Na maioria dos casos, a casa de família é mais barata, porque inclui alimentação e permite que o estudante conheça a cultura local mais de perto. Os especialistas destacam, porém, que é preciso levar em conta o destino, já que os custos com transporte público podem fazer com que os valores se tornem equivalentes. Além do bolso, é preciso levar em conta os costumes da casa. "As regras devem ser levadas a sério, principalmente quando a hospedagem ocorre em casa de família", afirma Luiza Vianna, da CI.
  • Namoro de intercâmbio não dá certo: MITO - Às vezes o coração bate mais forte durante um intercâmbio e aparece o medo de que a paixão acabe quando os estudos terminarem. "Não há uma resposta unânime, mas os especialistas dizem que as diferenças culturais e a distâncias podem ser superadas", destaca Luisa Perdizes, diretora de intercâmbios da AIESEC (rede de intercâmbio sem fins lucrativos).
  • Ter amigos brasileiros durante o intercâmbio atrapalha a aprendizagem do idioma: DEPENDE - Para Paula Prado, da Abipe, o ideal é que o intercambista explore a oportunidade de falar outra língua. "Com amigos brasileiros, a tendência do estudante é ficar na sua zona de conforto”, diz Paula. “Conhecer pessoas e culturas de diferentes países vai engrandecer o aprendizado", destaca Carlos Robles, presidente da Belta.

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  • O ideal é começar a se preparar um ano antes do intercâmbio: VERDADE - Quando mais cedo tomar a decisão, mais tempo você terá para pesquisar costumes, fazer os exames e preparar a documentação necessária. Fechar um pacote com antecedência também pode garantir melhores preços. "De qualquer forma, para países que não exigem que o estudante tire visto no Brasil, a matrícula pode ser feita com pouco tempo de antecedência (até 2 semanas), embora esse realmente não seja o ideal", explica Luiza Vianna, da agência de intercâmbios CI.
  • É possível fazer intercâmbio com pouco dinheiro: VERDADE - Comprar com antecedência, optar por cursos de curta duração e hospedagem em casa de família são medidas que costumam baratear a viagem. Além disso, há instituições que oferecem bolsas para estudar no exterior. O governo federal lançou o Ciência sem Fronteias, um programa destinado a alunos do ensino superior nas áreas de exatas e biológicas.
  • Intercâmbio é valorizado pelo mercado de trabalho: VERDADE - Segundo Paula Prado, gerente executiva da Abipe, as empresas valorizam muito as competências desenvolvidas durante um intercâmbio, como flexibilidade, respeito ao próximo e convívio com a diversidade.
  • Para fazer intercâmbio, é preciso ter domínio do idioma: MITO - Há cursos para todos os níveis de aprendizagem. "Depende do programa escolhido, mas se o estudante já tiver um conhecimento do idioma, a viagem será mais proveitosa", afirma Carlos Robles, presidente da Belta.
  • Não dá para aprender o idioma em cursos de menos de seis meses: MITO - Existem cursos de idiomas para estudantes com conhecimentos básicos da língua estrangeira e para pessoas que já têm domínio e pretendem fazer cursos curtos para se aprimorar. “Para adquirir fluência, é recomendado que a pessoa que sabe o básico fique de nove meses a um ano estudando no exterior. Para o nível intermediário, seis meses, e para o avançado, até três meses é o suficiente”, Carlos Robles, presidente da Belta.
  • Intercâmbio para voluntariado alia crescimento pessoal e profissional: VERDADE - Os intercambistas que escolhem fazer trabalhos sociais em outros países conseguem aprender o idioma e turbinar o currículo, tudo isso com alto grau de satisfação. É possível contratar uma agência de intercâmbio, entrar em contato direto com as organizações não-governamentais ou se inscrever em um programa da AIESEC, uma rede global que encaminha jovens universitários do mundo todo para intercâmbios sociais e profissionais
  • Trabalho temporário pode pagar gastos com viagem: VERDADE - Alguns intercambistas trabalham para aprimorar a língua estrangeira, conhecer costumes locais e ainda conseguem pagar os investimentos iniciais da viagem. "Cada pessoa que decide fazer um intercâmbio decide também que tipo de experiência quer viver", afirma Luisa Perdizes, diretora de intercâmbios da AIESEC.