Paixão pelo ensino faz biomédico trocar laboratórios por sala de aula
Concluir a graduação de biomedicina na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e atuar nessa área era o plano de Douglas Gouvêa, 23, no começo de seu curso, em 2009. Mal sabia ele que em seu segundo ano de formação descobriria uma nova paixão: dar aulas de biologia para estudantes do ensino médio e vestibulandos.
A primeira experiência como professor ocorreu quando Douglas passou no processo de seleção para plantonistas do cursinho popular da Unifesp -- Cuja (Cursinho Pré-Vestibular Jeannine Aboulafia) -- que conta com a ajuda voluntária de alunos e profissionais da instituição. “Lá tirava dúvidas de biologia e ajudava como podia os estudantes que se preparavam para o vestibular”, conta.
Tempos depois, teve a oportunidade de se tornar professor oficial de biologia do cursinho. Foi aí que a paixão pela docência “pegou de jeito” o jovem universitário. “Ver os alunos com os olhos brilhando quando ensino algo novo é muito legal. Mesmo que seja um ou dois. Só de conseguir conquistá-los fico muito feliz”, diz. “É tão legal também ver nossos alunos sendo aprovados [no vestibular]. Outro dia acompanhei o trote de um ex-aluno [do cursinho] aqui na Unifesp. Nossa, é muito gratificante.”
A experiência das aulas no curso pré-vestibular também ajudou o desempenho universitário de Douglas. Passou a aplicar a didática que aprendeu como professor nas apresentações de seminários e trabalhos durante a graduação.
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Ensino médio
Pouco antes de finalizar o curso de biomedicina em 2012, Douglas decidiu continuar os estudos no ano seguinte. Participou da seleção de mestrado na Unifesp e iniciou a pós-graduação em farmacologia. Paralelamente, começou a enviar alguns currículos para escolas de ensino médio em busca de algumas aulas de biologia, mas sem grandes pretensões.
Em três meses foi chamado para lecionar numa escola particular e percebeu que seu amor pelo ensino da biologia só havia crescido.
Ambiente descontraído
Douglas destaca que a dinâmica do cursinho ajudou no desenvolvimento de aulas mais atrativas para os alunos do ensino médio. “No Cuja [cursinho] aprendi a ser professor, pude experimentar formas de ensinar. Hoje nas aulas às vezes paro, conto piadas. Tento deixar o ambiente mais legal, descontraído.”
Sem habilitação para lecionar, Douglas foi atrás de um curso de licenciatura para graduados. Por enquanto, divide seu tempo entre o mestrado e 8 horas de aulas semanais para o ensino médio.
“Já tenho bem na minha cabeça que quero ser professor. Dar aulas é o que eu quero mesmo sabe. Não me vejo trabalhando na indústria ou algo parecido. Realmente gosto disso”, afirma.
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