Jogos de tabuleiro e de cartas podem funcionar como exercício para cérebro
Que tal aproveitar o intervalo de estudo para jogar uma partida de xadrez? Ou, então, desafiar um amigo em algum jogo de cartas? Pode não parecer, mas essas atividades podem te ajudar na preparação para as provas do vestibular.
Segundo Paulo Bertolucci, chefe do setor de Neurologia do Comportamento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), as práticas ajudam a manter o cérebro saudável e estimulam a capacidade de criar estratégias e resolver problemas, itens essenciais para o vestibulando.
“Nos jogos de tabuleiro e de cartas o jogador precisa calcular as possibilidades e decidir uma estratégia. Diante disso, a prática desses exercícios contribui para um cérebro mais produtivo”, explica Bertolucci. "Mas que fique claro que isso deve ser feito paralelamente ao estudo (brinca)."
Pausas e descanso
Aprender a relaxar também é uma das dicas do neurologista para o vestibulando. “O relaxamento é algo que deve ser treinado durante todo o preparo do estudante. Nem sempre é fácil manter a calma, por isso é um exercício diário. Utilize alguma técnica de respiração. Elas ajudam a controlar a adrenalina e o estresse", aconselha o neurologista.
Antônio Carlos Guarini Perpétuo, engenheiro formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e idealizador do treinamento para o cérebro chamado Supera (olhar o quadro abaixo) acrescenta que relaxar é o segredo para uma boa concentração. “Muitos estudantes nessa fase [do vestibular] pensam que não podem perder um minuto do seu tempo com nada além do estudo. Duas horas que seja que você investe no desenvolvimento cognitivo, você ganha em eficiência”, afirma o engenheiro.
Mais para o dia a dia
O estudante que deseja ampliar a capacidade de raciocínio pode começar fazendo exercícios de lógica, segundo Bertolucci: “Eles envolvem estratégia e o vestibulando precisa desenvolver essa habilidade para conseguir aplicar nas provas.”
O ábaco, antigo instrumento de cálculo, é uma das ferramentas preferidas do engenheiro Antônio Carlos. Ele explica que ao fazer os cálculos, o praticante não só desenvolve a habilidade de fazer contas como também melhora a concentração e a velocidade de raciocínio.
Além do estudo diário – que já é um grande estímulo ao cérebro dos vestibulandos –, Mariana Console Silva de Melo, gerente do setor de orientação do Kumon, método de ensino individualizado e autodidata (olhar o quadro abaixo) aconselha os estudantes a desenvolver mais o hábito de leitura e assistir filmes com áudio em outras línguas.
“Esses são [alguns] exercícios importantes para o estímulo do cérebro. Com isso, buscamos contribuir para que ele se mantenha em atividade contínua”, explica. “Quanto mais você ler, por exemplo, mais vai ampliar seu vocabulário, mais vai desenvolver a interpretação de textos e mais vai estimular e deixar o cérebro ativo.”
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