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Em prova, professores perguntam 'por que Beto Richa é contra a sociedade'

Prova aplicada no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, no Paraná - Reprodução
Prova aplicada no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, no Paraná Imagem: Reprodução

Lucas Gabriel Marins

Do UOL, em Curitiba

26/06/2015 12h58Atualizada em 26/06/2015 12h58

Dois professores do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Ayrton Senna da Silva, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, aplicaram uma atividade polêmica aos alunos. A avaliação, que está circulando pelas redes sociais, tem perguntas do tipo "’Por que Beto Richa é contra a sociedade?"’, "Por que aconteceu o massacre dos (as) educadores (as)", "A greve dos educadores foi justa?" e "’Você concorda com o impeachment de Beto Richa"?

As perguntas foram elaboradas pelos professores Jorge Antonio de Queiroz e Edina Cristina Macionk. Queiroz também usou em sala de aula alguns artigos de sua autoria sobre a greve e o embate no dia 29 de abril, que deixou mais de 200 pessoas feridas. "Eu tenho autonomia em sala de aula e um professor de história tem que estar ligado a tudo o que se passa na realidade e repassar isso aos alunos."

De acordo com a diretora-auxiliar da escola, Maria Alice, a atividade foi isolada e sem o conhecimento da equipe pedagógica. "Não que a gente critique a atitude deles, pois eles têm liberdade, mas estamos isentos da responsabilidade".

Para o secretário de assuntos jurídicos da APP-Sindicato, Mário Sergio Ferreira de Souza, os professores podem definir o conteúdo que vão dar em sala de aula. "Eles têm liberdade cátedra e, nesse caso, só fizeram uma análise da greve e pediram a opinião dos alunos sobre o tema. Agora está parecendo que tudo o que o professor faz é perseguição ao governo. Não é bem assim", diz.

A Secretaria de Estado da Educação informou que vai averiguar a situação e tomar as providências junto ao núcleo jurídico do governo. Em nota, também relata a existência de escolas que estão trabalhando com informações de caráter "doutrinário" e "político", o que ‘’insufla crianças e adolescentes contra o governo".