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Estudantes protestam na UFRJ contra ocupação pela segurança da Olimpíada

Estudantes da UFRJ estão acampados desde a madrugada dessa quinta (14) no campo de futebol do campus da Praia Vermelha contra a utilização do local como base para agentes de segurança federais durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 - Reprodução/Facebook
Estudantes da UFRJ estão acampados desde a madrugada dessa quinta (14) no campo de futebol do campus da Praia Vermelha contra a utilização do local como base para agentes de segurança federais durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 Imagem: Reprodução/Facebook

Flávia Villela

Da Agência Brasil, no Rio

15/07/2016 10h27

Estudantes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) estão acampados desde a madrugada de hoje (14) no campo de futebol do campus da Praia Vermelha, zona sul do Rio de Janeiro, para protestar contra a utilização do local como base para agentes de segurança federais durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, que começa em menos de um mês, no dia 5 de agosto.

Os estudantes criticam a decisão da instituição de ceder o espaço sem que tenha havido debate coletivo prévio e representantes do grupo estão reunidos, neste momento, com a reitoria. Na página do Facebook Ocupa Praia Vermelha, o grupo reivindica, além do cancelamento do contrato de utilização do campo de futebol, a conclusão das obras dos bandejões, gestão compartilhada da universidade, uma política de utilização dos espaços de convivência e destinação de espaço no campus para a construção de creches e educandários, entre outras demandas.

Em maio, a UFRJ informou que o campo de futebol seria local de operações de segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os estudantes criticam a cessão do espaço por considerarem que, em nome dos Jogos Olímpicos, autoridades têm violado direitos, com remoções, violência, piora da mobilidade e destinação de verbas públicas para obras do evento, em detrimento de setores como a educação e saúde públicas.

"O Legado Olímpico é uma acentuação do processo de exclusão que já existe na nossa cidade, onde o acesso aos serviços de moradia, lazer, cultura e transporte fica cada vez mais precarizado, sobretudo nas periferias - que são submetidas diariamente à violência causada pela presença de um aparato militar de repressão e controle", declara o grupo no manifesto postado nas redes sociais.

Eles chamaram de "inaceitável" que a UFRJ não trate obras como as dos bandejões com a mesma prioridade que as obras olímpicas dentro do campus, como o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) e os campos de Rugby e Hóquei na Grama. "Pedimos bandejão, ele deram tanque de guerra", dizem os estudantes.

Atualmente, o único campus da UFRJ com bandejão é o do Fundão, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Em junho, um grupo de estudante ocupou o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IfCS) para reivindicar bandejões nos campi do centro e da Praia Vermelha,