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Metade dos professores já presenciou violência na escola, mostra estudo

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Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

20/03/2017 12h00

Metade dos educadores de escolas públicas no Brasil afirma ter presenciado agressões físicas ou verbais de alunos contra funcionários, incluindo professores, dentro no ambiente escolar. Entre os diretores, 55% relataram que casos como esses ocorreram na escola, enquanto entre os professores o índice foi de 51%. Além disso, 11% dos diretores e 9% dos professores afirmaram já ter sofrido ameaças de aluno.

Os dados constam de questionários aplicados a alunos de 5º e 9º ano, seus professores de língua portuguesa e matemática e também aos diretores de escolas que participaram da Prova Brasil em 2015. Os números foram divulgados nesta segunda (20) pelo portal QEdu. Além de perguntas específicas sobre o ensino e a escola, todos os participantes responderam a questões de perfil social e econômico.

Entre os próprios estudantes, a violência escolar apresenta índices ainda maiores: 76% dos diretores e 71% dos professores relataram ter havido agressão verbal ou física entre alunos dentro do ambiente escolar.

O índice de crimes no ambiente escolar, por outro lado, é baixa – 9% dos diretores afirmaram terem sido vítimas de furto e 2% de roubo dentro da escola. Entre professores, essa taxa é menor: 5% e 1%, respectivamente. Os alunos não responderam a perguntas sobre violência escolar.

Falhas no conteúdo programado

O questionário da Prova Brasil também abordou o processo de ensino e aprendizagem. Parte dos educadores disse não ter conseguido desenvolver todo o conteúdo previsto para as turmas que fizeram a Prova Brasil em 2015. Entre os professores do 9º ano, 55% estimaram que atingiram no máximo 80% do conteúdo programado. O índice é um pouco menor entre os professores do 5º ano: 45% calcularam ter alcançado até 80% do previsto para o ano letivo.

Para o QEdu, projeto ligado à Fundação Lemann, o resultado acende um alerta: entre os muitos desafios no ensino do país apontados pelos educadores, o mais crítico deles é que, muitas vezes, os conteúdos de aprendizagem nem chegam aos alunos.

Enquanto isso, apesar de 76% dos diretores apontarem que os livros didáticos chegaram à escola em tempo hábil para o início das aulas, 62% deles informaram que faltaram livros para os alunos. Além disso, 70% dos diretores apontaram que o funcionamento da escola foi dificultado por insuficiência de recursos financeiros, seja de maneira leve, moderada ou grave.

Por outro lado, 75% dos alunos do 5º ano afirmaram nunca ter sido reprovados. Entre os alunos do 9º ano, 95% disseram nunca ter parado de estudar e 70% deles afirmaram nunca terem reprovado de ano.