Insatisfeita após reunião com Weintraub, UNE quer mobilizar 80 cidades

Dirigentes da UNE (União Nacional dos Estudantes) recebidos ontem em Brasília pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmam ter saído do encontro sem respostas concretas. O presidente da entidade, Iago Montalvão, aposta nos atos marcados para a próxima terça-feira (13) para fortalecer a cobrança pelo fim dos cortes dos orçamentos das universidades federais.
"O ministro não deu respostas claras, disse que pode ser que descontingenciem [as verbas] esse ano, mas não pode se comprometer. O que vai fazer com que as bolsas e os recursos sejam devolvidos para as universidades é continuar a mobilização nas ruas. O dia 13 de agosto é muito central para nós a partir de agora", diz o líder estudantil.
De acordo com ele, os estudantes universitários têm protestos marcados em mais de 80 cidades do país na terça, o que inclui todas as unidades da federação.
Para Montalvão, o encontro com Weintraub representou uma abertura, embora tenha sido "pouco produtivo". "Foi importante abrir esse canal de diálogo. Foi um reconhecimento da nossa luta, das mobilizações estudantis, das intervenções que a gente fez exigindo que os estudantes fossem ouvidos"
Ministro nega ter curtido imagem violenta na web
Os quatro representantes da UNE presentes ao encontro comentaram com o ministro o fato de ele ter curtido recentemente no Twitter uma imagem de tacos de baseball cobertos de arame farpado com a frase "Pedindo à UNE voltar ao MEC com badernas, que há DOCINHOS para eles!!!".
"Cobramos bastante o comportamento que ele teve em outros espaços. Ele falou que não é da praia dele [curtir post com insinuação de violência] e que alguém curtiu por engano. Cobramos respeito com a UNE. Acreditamos que a gente conquistou esse respeito, mas não sabemos o que vai ser daqui em diante. Não se apresentou nada de concreto", afirma Montalvão.
A UNE também pediu o fim de cortes no Prouni e levou ao ministro uma carta com mais de 2.000 assinaturas, incluindo as de 200 entidades, contra o programa Future-se, apresentado pelo MEC. Para Montalvão, o governo falhou ao não consultar reitores, professores e estudantes na elaboração da proposta do Future-se. Ele avalia que não está claro que papel o projeto daria às organizações sociais na gestão das universidades.
O presidente da UNE afirma que a autonomia universitária seria atacada caso elas passassem a gerir o ensino, a pesquisa e a extensão. "Isso tem a ver com contratação de professores, com destinação das verbas de pesquisas e o gerenciamento das atividades-fim da universidade. E não nos deram uma explicação mais clara. Parece que é uma coisa que não querem falar muito".
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