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As 11 universidades do Brasil que entraram em ranking das melhores do mundo

A Universidade de Caxias do Sul é uma das 11 universidades brasileiras que entraram no ranking deste ano - Claudia Velho/Divulgação
A Universidade de Caxias do Sul é uma das 11 universidades brasileiras que entraram no ranking deste ano Imagem: Claudia Velho/Divulgação

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

11/09/2019 16h19Atualizada em 12/09/2019 15h36

O Brasil aumentou o número de universidades que entraram na lista do Times Higher Education, um dos principais rankings universitários do mundo. Liderada pela britânica Universidade Oxford, a lista deste ano tem 46 universidades brasileiras, contra 35 no ano passado.

O salto fez o Brasil passar de nono para o sétimo país com maior número de universidades na lista, deixando para trás nações como Chile, Itália e Espanha. Todas as 11 novas instituições brasileiras foram classificadas na faixa de mais de 1.001 —a classificação é feita em grupos a partir da posição 200.

Na edição deste ano, foram avaliadas 1.396 universidades de 92 países pelo Times Higher Education, instituição britânica, que produz uma das principais avaliações educacionais do mundo todo.

Para este ranking global, critérios como ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento são utilizados como indicadores de desempenho das universidades.

Saiba quais são as universidades brasileiras que passaram a integrar o ranking:

  • Universidade de Caxias do Sul (RS)
  • Universidade Federal de Alagoas
  • Universidade Federal do Espírito Santo
  • Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Universidade Federal de Ouro Preto (MG)
  • Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RN)
  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Universidade de Fortaleza
  • Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Universidade Estadual de Santa Cruz (BA)

Situação nacional

Apesar de o Brasil ter ampliado a participação no ranking, a maior parte das universidades do país caiu ou estacionou na lista. A UFU (Universidade Federal de Uberlândia) foi a única universidade brasileira que caiu na classificação e não aparece no ranking deste ano.

Melhor do país há pelo menos oito anos neste ranking, a USP (Universidade de São Paulo) manteve a posição nesta edição. A universidade apresentou uma melhora pontuação no quesito "impacto das citações", em comparação ao ano passado, mas ficou entre a 251º e a 300ª melhor do mundo, mesma posição que alcançou no ano anterior. A estadual paulista é também a melhor universidade da América Latina.

A segunda melhor do Brasil, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no interior de São Paulo, saiu da faixa de 401-500 para a de 501-600.

Levantamento anterior aos cortes

A coleta mais recente de dados para a elaboração da lista global aconteceu em março de 2019. O período, portanto, não considera o contingenciamento de verbas por que passam hoje as universidades federais, já que o bloqueio foi imposto no fim de abril.

Mesmo assim, a editora do ranking Ellie Bothwell demonstra preocupação com o futuro das universidades brasileiras. Na avaliação dela, "a crescente hostilidade do governo atual em relação à educação superior inspira pouca confiança".

"O fato de o Brasil agora ficar como o sétimo país com mais representação no ranking é certamente uma grande conquista, especialmente considerando a grandeza do seu contingente comparado com o ano passado. Isso traz muita visibilidade e presença do Brasil no cenário mundial", diz. No ano passado, o Brasil perdeu posições pelo segundo ano consecutivo.

"No entanto, é lamentável que todos os novos registros do Brasil estejam fora do top 1000 e que várias outras estejam fora da tabela. As constantes questões de financiamento e a falta de uma estratégia de ensino superior não ajudam a solucionar este problema", avalia a editora.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diz ter como prioridade, na área da educação, o ensino básico. Em seu período à frente do MEC (Ministério da Educação), o ministro Abraham Weintraub vem acumulando polêmicas com o ensino superior.

Weintraub já propôs reduzir a verba para cursos de filosofia e sociologia, disse que iria congelar os recursos das universidades que promovessem "balbúrdia" em seus campi, criticou reitores e disse, sem citar fontes, que um aluno de graduação custa dez vezes mais do que uma vaga em creche.

Procurado pelo UOL, o MEC (Ministério da Educação) informou, um dia após a publicação desta reportagem, que "congratula as novas universidades que entraram no ranking e acrescenta que trabalha para que outras entrem e as que já estão possam melhorar sua colocação". "Para chegar a esse patamar, o MEC lançou o programa Future-se, que vai trazer maior autonomia financeira a universidades e institutos federais, além de estimular ações de governança, empreendedorismo, gestão, pesquisa, inovação e internacionalização."

O ministério ignorou o pedido de comentário sobre a declaração da editora do ranking sobre a hostilidade do governo com o ensino superior.