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Menino com 138 de QI é a 1ª criança a entrar em 'clube de gênios' do Brasil

Romeu, de 7 anos, exibe troféus que ganhou em campeonato de xadrez em Florianópolis (SC) Imagem: Arquivo Pessoal

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto

27/01/2022 04h00Atualizada em 29/01/2022 11h30

Com apenas 7 anos, Romeu Gutvilen se tornou a primeira criança a fazer parte da Mensa Brasil —maior e mais antiga sociedade de alto quociente de inteligência (QI) do mundo e que, no Brasil, aceitava apenas adolescentes acima de 17 anos. O menino, que mora no Rio de Janeiro, tem um QI de 138 e 99,43 de percentil, ficando acima da média brasileira que é de 87 e 20, respectivamente.

O mais novo integrante do seleto "clube dos gênios" é apaixonado por xadrez, ama matemática e tem muita facilidade com cálculos. Além de gostar de esportes e praticar futebol, judô, capoeira e tênis. Ele foi aceito em dezembro e a carteirinha de novo membro chegou este mês em sua casa.

A mãe de Romeu, a professora e empreendedora Rachel Gutvilen, relata que percebeu que o filho tinha interesses diferentes de outras crianças quando ele ainda era bebê, mas afirma que não imaginava que aqueles sinais poderiam indicar que o menino tivesse uma inteligência acima do normal.

"Com um ano e oito meses ele já sabia todas as letras do alfabeto e aprendeu durante as nossas brincadeiras com peças de encaixar, mas eu acreditava que isso era normal. Até que um dia estávamos caminhando na rua e ele leu sua primeira palavra, isso com dois anos e meio. Um ano mais tarde ele já lia textos grandes e os compreendia", recorda Rachel.

Ela lembra ainda que nessa época o filho já começou a demonstrar aptidão para a matemática e conseguia fazer algumas contas. Esse interesse pelos números fez a mãe contratar um professor particular para ensinar matemática ao garoto.

"Devido à pandemia ele não estava indo à escola, mas contratei um professor para ajudá-lo a se desenvolver porque o Romeu sempre gostou muito de aprender coisas novas. Em poucos meses ele já fazia cálculos que são comuns a estudantes do ensino médio e até mesmo faculdade", conta a mãe.

Aos 7 anos, Romeu é apaixonado por xadrez Imagem: Arquivo Pessoal

Foi com o professor de matemática que Romeu conheceu mais uma paixão: o xadrez. Há pouco mais de um ano, o garoto aprendeu o jogo de tabuleiro, logo começou a se destacar e passou a disputar torneios.

"Após quatro meses que ele havia aprendido a jogar ele já ganhava do professor e vendo essa habilidade passamos a incentivá-lo. Ele disputou diversos torneios na categoria sub-6 e hoje está entre os três melhores jogadores da categoria no Brasil", acrescenta Rachel.

A facilidade e a velocidade de aprendizado do garoto fizeram com que a mãe do menino procurasse um centro de apoio a crianças com desenvolvimento intelectual acelerado. Após alguns testes e avaliações, os especialistas constataram que Romeu tinha um QI acima da média, alcançando 99,43 de percentil de acertos no WAIS III, - avaliação de inteligência conceituada e conhecida em todo o mundo e que no Brasil o percentil médio das pessoas é 20.

Clube dos gênios

Para se qualificar à Mensa, os candidatos devem ser aprovados em um teste de inteligência e obter uma pontuação igual ou superior a 98% da prova. Aprovado, Romeu poderá participar de encontros com crianças e adultos que tenham interesses parecidos com os dele, além de conseguir bolsas de estudos em escolas e universidades do Brasil e também do exterior.

"É muito importante a gente acompanhar o desenvolvimento das crianças e notando essa inteligência acima da média procurar ajuda profissional e fazer os testes. Essas questões de QI podem abrir diversas portas para a criança e no exterior, principalmente, é muito valorizada. Ao apresentar o teste ele pode conseguir bolsa nas melhores escolas e universidades do mundo. Fazer graduação, pós-graduação e doutorado, tudo de graça", Fabiano de Abreu, neurocientista e membro da Mensa.

Mudança

Até o ano passado, apenas adolescentes com mais de 17 anos conseguiam se tornar membro da Mensa Brasil. Por isso, quando uma criança brasileira era detectada com um QI acima da média, a família era orientada por especialistas a inscreverem as crianças em clubes de gênios internacionais, como a Mensa Internacional.

Segundo especialistas no assunto, a aceitação de crianças na Mensa Brasil segue uma tendência internacional, que aceita crianças em seu clube de gênios e se deve principalmente ao destaque que as crianças brasileiras tiveram nos últimos anos.

A reportagem do UOL entrou em contato com a Mensa Brasil para saber mais detalhes sobre a aceitação de crianças, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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