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Aceita em 7 universidades no exterior, jovem troca escola de SP pela Coreia

Fernanda, que se prepara para embarcar para a Coreia do Sul, se considera uma "nerd", pois sempre gostou de estudar - Arquivo Pessoal
Fernanda, que se prepara para embarcar para a Coreia do Sul, se considera uma "nerd", pois sempre gostou de estudar Imagem: Arquivo Pessoal

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos

20/06/2022 18h11

Formada no ensino médio em uma escola estadual da cidade de Santos (SP), a estudante Fernanda Trajano Bogue, 20, foi aprovada em sete universidades internacionais, cinco delas nos EUA e duas na Coreia do Sul. Ela agora se prepara para embarcar para o país asiático em agosto, onde ganhou bolsa de estudos de 80%, para estudar administração de negócios na Solbridge International School of Business, uma das cinco melhores do país.

Fernanda formou-se no ensino médio na Escola Estadual Ablas Filho, em Santos, em 2019. No ano seguinte, em meio à pandemia, descobriu que seria possível, mesmo com poucos recursos, obter uma vaga em uma universidade internacional, um sonho que carrega desde a infância.

"Sempre sonhei em estudar fora, em um país estrangeiro", contou a estudante ao UOL. Meus pais achavam que seria muito difícil, por causa dos altos custos dos estudos em outros países. O que eu não sabia é que existem muitas universidades que oferecem bolsas de estudo para alunos de outros países. Assim que descobri isso, passei a pesquisar e estudar muito, com o objetivo de conseguir uma dessas bolsas", conta a jovem.

Apliquei para 15 universidades e fui aprovada em sete.

O caminho para conquistar uma vaga em importantes universidades fora do Brasil, porém, não foi nada fácil. Além de ter que apresentar currículo escolar, cartas de recomendação e passar por entrevistas na língua inglesa, o candidato, segundo ela, deve possuir uma trajetória consolidada em atividades extracurriculares, como o trabalho voluntário em ONGs e entidades voltadas ao desenvolvimento social.

Fernanda diz que se considera uma "nerd", pois sempre gostou de estudar. Tanto que a língua inglesa, essencial para a aprovação nas universidades, ela aprendeu a dominar como autodidata. "Fiz alguns meses de escola de inglês, mas logo tive que parar por causa dos preços. Daí comecei a aprender sozinha, assistindo a filmes legendados, lendo textos em inglês e praticando conversação com uma amiga, que domina bem a língua".

Colaboração coletiva

Com um bom currículo escolar, cartas de recomendação de professores e após se empenhar por dois anos em diversos trabalhos sociais, a jovem ganhou uma bolsa de 80% no curso de administração de negócios na Solbridge International School of Business. Um curso de duração de três anos e meio que, se tivesse que pagar integralmente, teria que desembolsar R$ 100 mil por ano.

Para conseguir custear as passagens e os gastos com moradia e alimentação por um ano, a jovem iniciou uma vaquinha online, em que pretende juntar o montante de R$ 42,9 mil reais. Até o momento, ela conseguiu cerca de R$ 8 mil e espera conseguir chegar ao total antes de sua viagem para a cidade de Daejeon, na Coreia do Sul, no dia 22 de agosto. Ela diz estar preocupada, pois tem que pagar os 20% das mensalidades, que não são custeadas, até o dia 14 de julho, no valor total de R$ 20 mil.

Para conseguir chegar ao objetivo, Fernanda conta que dá aulas particulares de inglês. "Se avisassem aos alunos das escolas públicas que existe essa possibilidade de qualquer estudante conquistar uma bolsa em outro país, daria mais tempo para a gente se preparar. Eu descobri porque pesquisei muito, mas imagine quantos alunos não poderiam também realizar esse sonho de estudar fora?".

Diferenciais

As atividades extracurriculares, principalmente as focadas em projetos sociais, contam muitos pontos quando um estudante se candidata para estudar em uma universidade estrangeira.

A brasileira participou de diversas ONGs (Organizações Não Governamentais), chegando a fazer parte de um programa do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o Clinton Global Initiative, quando teve a oportunidade de receber mentoria na área de liderança de empresas e projetos sociais. Como parte do treinamento, chegou a fazer uma entrevista com a filha do político, Chelsea Clinton.

A estudante participou do projeto Clinton Global Initiative, quando teve a oportunidade de entrevistar a filha do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, Chelsea  - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
A estudante participou do projeto Clinton Global Initiative, quando teve a oportunidade de entrevistar Chelsea Clinton, filha do ex-presidente americano Bill Clinton
Imagem: Arquivo Pessoal

Outro projeto social em seu currículo foi fruto de sua criação. Batizado de Educalizando, o programa promoveu a arrecadação de milhares de livros que foram doados a entidades e escolas do litoral paulista. "As atividades extracurriculares são essenciais para a aprovação.

As universidades focam muito na questão de liderança. Não basta apenas tirar nota boa na escola, tem que se empenhar muito mais do que apenas estudar.