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MEC vai suspender implementação do novo ensino médio por 60 dias

Camilo Santana é o novo ministro da Educação - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Camilo Santana é o novo ministro da Educação Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

04/04/2023 16h06Atualizada em 04/04/2023 16h34

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que vai suspender por 60 dias o cronograma de implementação do novo ensino médio. O calendário, firmado em portaria no governo de Jair Bolsonaro (PL), previa mudanças no Enem 2024.

O processo da implantação [do novo ensino médio] foi atropelado e há uma reclamação muito forte dos setores. Vamos manter o diálogo."

O que aconteceu

A reforma foi aprovada em 2017 durante o governo Temer (MDB) por uma medida provisória.

Desde o início de sua gestão, Camilo destaca que não houve diálogo no processo de aprovação e implementação do novo ensino médio.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, o ministro já havia sinalizado que iria suspender as mudanças no Enem 2024.

A justificativa de Camilo é que —com a consulta pública aberta— é preciso analisar os problemas da reforma e, assim, tomar uma decisão definitiva.

O pronunciamento do ministro acontece após ele se encontrar com o presidente Lula. Camilo afirmou ter abordado outro temas na reunião como programas de alfabetização e escola em tempo integral.

Avaliamos que houve erro na condução da execução [da reforma]. Não houve orientação, não houve formação de professores, nem adaptação para infraestrutura das escolas. Não se faz uma mudança no ensino de uma hora para outra. Faltou diálogo e eu como governador senti isso à época."

Próximos passos

A portaria do governo Bolsonaro estabeleceu o cronograma de implementação do novo ensino médio. Ela será suspensa por 60 dias, pelo menos.

A portaria prevê a implementação da reforma em todos os anos do ensino médio até 2024. As avaliações como Saeb e Enem também passariam por alterações até o ano que vem.

Camilo disse que vai assinar a suspensão da portaria ainda hoje.