De traidor a arrependido: quem foi Judas Iscariotes, que entregou Jesus

Judas Iscariotes é uma das figuras mais conhecidas e controversas da Bíblia. Ele foi um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus para acompanhá-lo, mas é lembrado por ter traído seu mestre, um ato que levou à prisão e crucificação de Cristo.
Quem foi Judas Iscariotes?
Pouco se sabe sobre a origem de Judas além do sobrenome, "Iscariotes". O topônimo possivelmente indica sua procedência, a cidade de Queriote, na Judeia. Como discípulo, ele tinha uma posição de confiança: segundo os evangelhos, era o responsável por guardar a bolsa de dinheiro do grupo.
A traição de Judas é narrada nos quatro evangelhos do Novo Testamento. De acordo com os textos bíblicos, ele entregou Jesus às autoridades religiosas em troca de trinta moedas de prata. O momento simbólico da traição teria ocorrido com um beijo, usado por Judas para identificar Jesus aos soldados que o prenderiam no Jardim do Getsêmani.
As motivações para sua ação são debatidas há séculos. Alguns estudiosos sugerem ganância, outros apontam desilusão com a missão de Jesus ou mesmo uma tentativa de forçar o início de uma revolta messiânica. No Evangelho de João, Judas é descrito como ladrão, enquanto em outros trechos há a menção de que Satanás teria influenciado sua decisão.
Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze. Judas dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do templo e tratou com eles como lhes poderia entregar Jesus. A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Ele consentiu e ficou esperando uma oportunidade para lhes entregar Jesus quando a multidão não estivesse presente. Lucas, capítulo 22:3-6
Após a prisão de Jesus, relatos indicam que Judas se arrependeu. Em Mateus, ele tenta devolver o dinheiro e, tomado pelo remorso, comete suicídio. Já em Atos dos Apóstolos, a versão é diferente: Judas teria morrido de forma violenta em um campo comprado com o dinheiro da traição.
Então Judas, o que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, teve remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: 'Pequei, pois traí sangue inocente'. Eles, porém, responderam: 'Que nos importa? Isso é problema seu'. Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo, retirou-se e foi enforcar-se. Mateus, capítulo 27:3-5
A figura de Judas tem sido objeto de diferentes interpretações ao longo da história, da condenação absoluta à tentativa de reabilitação teológica. Em 2006, a descoberta e tradução do chamado Evangelho de Judas, um texto apócrifo do século 2, trouxe uma nova perspectiva. Nele, Judas aparece como o discípulo mais próximo de Jesus, que se dispôs a trair o mestre para que ocorresse seu sacrifício na cruz.
O texto não teria sido escrito por Judas. O evangelho provavelmente foi produzido por membros de uma seita herética, os gnósticos, que desenvolveram uma visão "ocultista" dos ensinamentos cristãos.
Iscariotes não foi o único Judas
Entre os discípulos de Jesus havia outro Judas: São Judas Tadeu. Ele é considerado padroeiro do Flamengo e santo das causas perdidas, mas não deve ser confundido com o "xará" traidor.
Dizem que ele sofreu também preconceito por causa do nome, por causa de Judas Iscariotes. As pessoas confundiam os Judas. Era um nome comum na época Junior Vasconcelos do Amaral, padre e professor na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais
* Com informações de reportagens publicadas em 11/04/2006 e 28/10/2022.
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