Grupo invade e desocupa 1ª escola no Rio tomada por alunos
Cerca de 100 pessoas entraram no Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador (zona norte do Rio), na tarde desta terça-feira, 10, e expulsaram um grupo de aproximadamente 50 alunos que ocupava a escola desde 21 de março. Houve confronto entre os estudantes e pelo menos cinco ficaram feridos. Alguns alunos foram à 37ª DP (Ilha do Governador) para registrar as agressões.
Segundo Michel Policeno, de 18 anos, estudante do 3º ano do ensino médio e um dos ocupantes do Mendes de Moraes, o grupo que invadiu não era formado apenas por alunos do colégio. "Havia pessoas de fora, que foram lá para criar confusão. Arrombaram o portão para entrar na escola, e depois quebraram portas de vidro, levaram alimentos que estavam na cozinha e jogaram no lixo livros da biblioteca", acusa.
Segundo Policeno, havia policiais militares na porta da escola, mas eles não intervieram para conter a confusão. "O grupo de invasores trancou o portão, para impedir que outros alunos e professores entrassem e nos ajudassem", afirmou.
Na última sexta-feira, 6, havia ocorrido outro tumulto na escola, após uma tentativa de invasão pelos integrantes do Desocupa. Nesse dia, porém, policiais e representantes do Ministério Público Estadual impediram o confronto entre alunos, e foi feita uma reunião entre os grupos favorável e contrário à ocupação. "A reunião terminou às 23h40 e ficou acertado que a escola voltaria a ter aulas na segunda-feira, 9, mas que a ocupação permaneceria. Só que no dia seguinte o pessoal do Desocupa voltou atrás e decidiu não aceitar mais o acordo. Eles querem que a gente saia de qualquer jeito", diz o aluno. O movimento de ocupação começou em apoio à greve dos professores da rede estadual, iniciada em 2 de março. Atualmente há cerca de 75 escolas ocupadas.
A reportagem tentou falar com representantes do Desocupa, mas nenhum se dispôs - um dos líderes afirmou ter recebido ameaças e disse que estava indo à delegacia registrar o caso.
Como o acordo acabou desfeito, a escola continua sem aulas. A Secretaria Estadual de Educação ainda não se manifestou sobre a situação do colégio. Às 16h30, o secretário Antonio José Vieira de Paiva Neto estava reunido com representantes dos professores e dos alunos para debater o movimento.
Outra unidade
Nesta terça houve tumulto também no Colégio Gomes Freire, na Penha (zona norte), entre estudantes favoráveis e contrários à ocupação. Ninguém se feriu.
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