Dicionário dos Filósofos

Verbetes podem ser introdução à obra de cada pensador

Trata-se de uma obra de referência, como qualquer dicionário de assunto específico, mas na verdade vai além disso e é um instrumento de trabalho utilíssimo para os professores de filosofia. Por quê?

Porque dos pré-socráticos a Wittgenstein, Frege ou Jaspers, o Dicionário organizado por Denis Huisman - professor das Universidades de Paris e da Califórnia, entre outras atribuições de destaque - é uma obra abrangente e seus verbetes, dentro dos limites estreitos desse gênero textual, é bastante completo.

Cada um deles traz uma biografia do filósofo que tematiza para, em seguida, dedicar-se a uma descrição pormenorizada de seu pensamento, destacando o seu cerne e em que obras se deve procurá-lo.

Para ser mais específico, o verbete sobre Schopenhauer, após a biografia, aborda às questões fundamentais sobre as quais ele se debruçou e a que chamou de "Representação" e "Vontade". Destaca, pois, a obra-prima do filósofo alemão, "O Mundo como Vontade e Representação". Nem por isso, todas as outras obras de Schopenhauer, deixam de ser mencionadas ao fim do verbete.

Além do caráter completo, os verbetes não são poucos e brindam tanto os grandes nomes da filosofia, quanto filósofos de menos destaque, com os quais às vezes nos deparamos na leitura de outras obras e sobre os quais dificilmente obteremos mais informações em obras de referência como dicionários biográficos ou enciclopédicos, como Condorcet, Schleiermacher ou Hamann.

Naturalmente, de acordo com sua importância para a história da filosofia, este ou aquele filósofo obterão maior ou menor espaço, de que resultarão verbetes mais pormenorizados ou mais breves.

Todos os nomes significativos da filosofia Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea estão no "Dicionário" de Huisman, independente de sua origem nacional ou língua em que se expressava. Claro, predominam os franceses, pois o original é francês. Nem por isso, a filosofia ocidental vista pelos árabes, como nas obras de Avicena ou Averróis, deixam de estar presentes.

Mas não há verbetes sobre filósofos orientais como Confúcio ou Mêncio. Da mesma forma, a obra dá destaque menor que o devido a filósofos espanhóis como Ortega y Gasset ou Julián Marias. Para eles, entretanto, sempre se podem contar com outras fontes.

Indicações

Trata-se de obra de referência obrigatória a qualquer professor de filosofia. Para os alunos familiarizados com o assunto, os verbetes chegam a ser acessíveis, principalmente numa leitura acompanhada pelo professor. Nesse sentido, constituem breves textos introdutórios à obra dos filósofos.

Dicionário dos Filósofos

Denis Huisman (Diretor da Publicação)

Editora Martins Fontes

1054 págs.

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