Os Sete Saberes Necessários à Educação no Futuro

Pequeno grande clássico é leitura obrigatória para educadores

Em 1999, por iniciativa da UNESCO, e de seu então presidente, Federico Mayor, Edgar Morin foi solicitado a sistematizar um conjunto de reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a educação do próximo milênio.

Uma primeira versão do texto circulou pelos quatro cantos do planeta, cabendo a Nelson Vailejo-Gomez integrar comentários, sugestões e remanejamentos que, posteriormente, retornaram a Morin para o acabamento final. O resultado está neste livro.

A educação do futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz de rejuntar ciências e humanidades e romper com a oposição entre natureza e cultura. Edgar Morin, nesses 'sete saberes', expõe não um credo a ser cumprido acriticamente, mas um desafio cognitivo a todos os pensadores empenhados em repensar os rumos que as instituições educacionais terão de assumir, se não quiserem sucumbir na inércia da fragmentação e da excessiva disciplinarização características dessas últimas décadas.

Segundo Morin, o grande paradigma do Ocidente, disjuntor do sujeito e do objeto, da alma e do corpo, da existência e da essência, precisa ser desobedecido e refutado, para que o pensamento alce vôos mais livres e polifônicos.

Precisamos reaprender a rejuntar a parte e o todo, o texto e o contexto, o global e o planetário, e o enfrentar os parodoxos que o desenvolvimento tecnoeconômico trouxe consigo. Se o século 20 acabou por consagrar uma forma de desenvolvimento que, a cada dia, vai se demonstrando insustentável, é forçoso reconhecer que novas formas de solidariedade e responsabilidade se manifestam, estimulando a unidade da diversidade.

Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin - As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a compreensão; e A ética do gênero humano - constituem eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação, e que estão preocupados com o futuro das crianças e adolescentes.

Assumir que a educação do futuro deve ter como prioridade ensinar a "ética da compreensão planetária", como reitera o quarto saber, implica entender a ética não como um conjunto de proposições abstratos, mas como atitude deliberada de todos os que acreditam, como Edgar Morin, que ainda é possível que sociedades democráticos abertas se solidarizem, mesmo que o caminho seja árduo e, por vezes, desanimador.

Esses sete saberes, rubricados pelas posturas da complexidade, deverão estimular os educadores brasileiros a saírem do armário e irem à luta para garantirem às futuras gerações um mundo com mais beleza e sustentabilidade.

Indicação

Obra breve e de leitura fácil tem interesse a todos os que estão interessados em repensar o processo educacional, visando aprmorá-lo e adequá-lo às novas realidades.
 

Os Sete Saberes Necesários à Educação do Futuro

Edgar Morin

Cortez Editora/Unesco

118 págs.

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