08/03/2010 - 11h24
Federais planejam criação de método para avaliar Enem
Da Redação*
Em São Paulo
A UnB (Universidade de Brasília) e outras universidades federais do país planejam a criação de uma metodologia para avaliar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O objetivo é ampliar o debate sobre os objetivos políticos e pedagógicos da prova que, apesar de já estar na sua 11ª edição, ainda não conta com uma forma de avaliação. Neste ano, 51 universidades adotaram o teste do MEC (Ministério da Educação) como uma forma de substituir ou complementar o vestibular tradicional, em diversos níveis.
A primeira reunião para debater o método de avaliação ocorreu na última sexta-feira (5), na sede da Andifes (Associação Nacional das Instituições de Ensino Superior). Segundo o presidente da entidade, Alan Barbiero, a avaliação deverá contemplar a inscrição, o conteúdo das questões e o modelo de correção. No ano passado, o MEC apresentou uma proposta de unificar os processos seletivos para o ensino superior por meio da nota do Enem.
O vice-reitor da UnB, João Batista de Sousa, acredita que qualificar a aplicação da prova legitimará o Enem como ferramenta de democratização do acesso às universidade públicas. "Toda nova forma de avaliação deve ser testada a fim de comprovar seus resultados. E, a cada ano, cresce o número de instituições que usam o Enem para substituir ou complementar o vestibular", observou o professor, representante da UnB na reunião.
A UnB deve integrar o Enem ao processo seletivo a partir de 2011. "Temos interesse em participar dessa corrente. Mas a forma como vamos fazer essa associação ainda não foi definida", ressaltou João Batista.
Dois pontos se destacam na proposta do MEC de avaliação unificada. Primeiro, o Enem enquanto "vestibular" acabaria com o favorecimento financeiro dos candidatos que podem pagar as taxas de inscrição ou viajar para fazer provas em diferentes estados. Segundo, o exame estreitaria as relações entre diretrizes curriculares dos ensinos médio e o superior. Dados do governo federal revelam que 70% dos estudantes buscam o Enem para ter o acesso à universidade.
Apesar dos avanços, o professor João Batista destaca a necessidade de manter a autonomia das universidades em relação à escolha da forma de integrar o exame ao vestibular. "Realizamos diversos debates com a comunidade sobre o Enem e chegamos à conclusão de que contamos com um método de seleção primoroso. No entanto, estamos abertos a outras formas de democratizar a educação", afirmou. A próxima reunião do grupo de reitores será em 24 de março, na sede da Andifes.
*Com informações da Agência UnB
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