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Camilo Castelo Branco Escritor português

16 de março de 1825, Lisboa (Portugal)

1º de junho de 1890, São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão (Portugal)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

28/10/2009 19h21

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco perdeu os pais muito cedo, tendo infância e adolescência difíceis. De personalidade instável, casa-se aos 16 anos, depois abandona a esposa, tenta estudar medicina e, logo a seguir, direito. Uniu-se a várias mulheres no transcorrer de sua vida. Por alguns meses, a religião o arrebata - então segue para o seminário, mas pouco tempo depois volta à boêmia.

As dificuldades financeiras o levam a ingressar no jornalismo, em 1848, no Porto. Em 1861, ele e a amante, Ana Plácido, são presos, acusados de adultério. Não se separam, contudo, e quando saem da prisão passam a viver juntos, sustentados apenas pela escrita de Camilo.

Em 1885 recebe o título de visconde de Correia Botelho, mas isso não melhora sua situação financeira. Em estado de crescente melancolia, ameaçado pela cegueira, suicida-se em 1890.

Do Romantismo ao Realismo

Camilo Castelo Branco é, sobretudo, um autor romântico. Dedicou-se ao romance, ao teatro e à crítica literária. Dono de uma linguagem que reflete as características mais puras da língua portuguesa, Camilo possui uma riqueza vocabular extraordinária.

Contudo, se o escritor foi um modelo no que se refere ao estilo, não se pode dizer o mesmo em relação à originalidade de suas obras. Das aventuras folhetinescas, de tom às vezes patético (O livro negro do padre Dinis, 1855), ele passa às histórias de amor contrariado ou de renúncia e doação amorosa (Amor de perdição, 1862), enveredando às vezes pelo tom humorístico (A Queda dum anjo, 1866) ou pelo romance histórico (O regicida, 1874).

Apesar de satirizar o Realismo (em, por exemplo, A Corja, 1880), acaba se deixando influenciar pelo movimento, o que se mostrará positivo, pois a perspectiva realista apurará seus dons de observador e retratista, caracterizando algumas de suas melhores obras, como Novelas do Minho (1875-1877) e A Brasileira de Prazins (1882).

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