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Carlos Drummond de Andrade Poeta e autor de prosa brasileiro

31-10-1902, Itabira (MG)

17-8-1987, Rio de Janeiro (RJ)

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Escritor de várias fases e maneiras, sem nunca abdicar do fino humor e do lirismo, Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos. Em seus primeiros livros, Alguma Poesia (1930), Brejo das Almas (1934), Sentimento do Mundo (1940) e José (1942), o poeta transita por dois mundos: o cotidiano e a ironia nele implícita e a visão transcendental para além da sombria realidade diária. Em A Rosa do Povo (1945), apresenta um poeta engajado, que expressa a miséria social e a luta política. A partir de Claro Enigma (1951), abandonando o linguajar coloquial e falando de temas efêmeros, como o tempo e a morte, revela o vazio da trágica condição humana. Jovem excêntrico e rebelde, Drummond foi expulso por insubordinação mental, em conseqüência de um desentendimento com o professor de Português, no colégio interno em Nova Friburgo (1920). Do episódio, guardou o modo de andar com os braços colados às pernas e a cabeça baixa. Em 1920, mudou-se para Belo Horizonte com a família. Na capital mineira, cursou Farmácia, iniciou suas atividades literárias e jornalísticas e conheceu Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Em 1925, casado com Dolores Dutra de Morais, o poeta voltou para Itabira, passando a lecionar Português. De novo em Belo Horizonte, trabalhou como redator-chefe no jornal Diário de Minas, até ingressar no funcionalismo público (1929), do qual se aposentou na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O sucesso surge com o insólito poema No Meio do Caminho, publicado na primeira página da recém-lançada Revista de Antropofagia, em 1928. O poema, um verdadeiro escândalo, dividiu o mundo literário da época, tornando-se um marco na consolidação do movimento modernista brasileiro. Dois anos mais tarde, inaugurou a segunda fase do modernismo com seu livro de estréia, Alguma Poesia, e, em 1930, fundou A Revista, um órgão de vanguarda, apesar da vida curta que teve. Algumas de suas obras em prosa, geralmente compostas de crônicas, são: Contos de Aprendiz (1951), Fala, Amendoeira (1957) e A Bolsa e a Vida (1962).