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Cruz e Sousa Poeta catarinense

24/11/1861

Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis (SC)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

18/09/2005 15h58

João da Cruz e Sousa era Filho de Guilherme da Cruz, mestre pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, lavadeira, ambos negros e escravos, alforriados por seu senhor, o coronel Guilherme Xavier de Sousa. Do coronel, o menino João recebeu o último sobrenome e a proteção, tendo vivido em sua casa como filho de criação.

Estudou no Ateneu Provincial Catarinense, de 1871 a 1875, onde aprendeu francês, inglês, latim, grego, matemática e ciências naturais. Aos oito anos, já recitava versos seus, em homenagem a seu protetor.

Em 1881, fundou com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal Colombo, no qual proclamavam adesão à Escola Nova (o Parnasianismo). Nesse mesmo ano, viajou pelo Brasil na Companhia Dramática Julieta dos Santos, na função de ponto. Também realizou conferências abolicionistas em várias capitais.

Em 1884, foi nomeado pelo presidente da província de Santa Catarina, Dr. Francisco Luís da Gama Rosa, Promotor de Laguna, função que não pode assumir, pois a nomeação fora impugnada pelos políticos locais. Publicou "Tropos e Fantasias", em colaboração com Virgílio Várzea.
Partiu para o Rio de Janeiro, em 1888, onde só ficou por oito meses, por não conseguir um trabalho que o sustentasse, mas conheceu Nestor Vítor, que seria seu grande amigo e divulgador de sua obra.

Dois anos mais tarde, voltou para o Rio de Janeiro e passou a colaborar com as revistas "Ilustrada" e "Novidades". No ano seguinte começou a publicar nos jornais: "Folha Popular" e "O Tempo", manifestos simbolistas. Fez parte do grupo "Novos", denominação dos "decadentes" ou simbolistas.

Publicou, em 1893, "Missal" (poemas em prosa) e "Broqueis" (poemas). Com essas obras, consagrou-se como o fundador do Simbolismo brasileiro, por combinar o parnasianismo, o pessimismo, o materialismo à musicalidade simbolista, sob as influências de Baudelaire e Antero de Quental, de quem foi grande leitor.

Casou-se, neste mesmo ano, com Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos. Foi nomeado praticante e, posteriormente, arquivista da Central do Brasil. Em 1894, foi diagnosticada a tuberculose que o levou para Sítio (MG), na esperança de uma melhora que não aconteceu. Postumamente, foram lançados seus livros "Evocações" (1898), "Faróis" (1900) e "Últimos Sonetos" (1905), em edições organizadas por Nestor Vítor.