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Johannes Duns Scotus Filósofo e teólogo inglês

1266, Maxion (Escócia)

1307, Colônia (Alemanha)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

16/01/2008 10h20

Filósofo e teólogo escolástico inglês, Johannes Duns Scotus nasceu em 1266, em Maxion, condado de Rosburgh, na Escócia, e morreu em Colônia, na Alemanha, em 1308. Aos 15 anos ingressou na Ordem dos Franciscanos. Primeiro, estudou na Escócia, passando depois à Universidade de Oxford, na Inglaterra, e, posteriormente, a Paris, na França.

Em 1300 ensinou Teologia em Oxford - e em 1305 doutorou-se em Teologia na França. Em 1307 mudou-se para Colônia, morrendo aí prematuramente, aos 43 anos. Foi um severo crítico de são Tomás de Aquino e de Enrique de Gante (professor da Universidade de Paris entre 1274 e 1290).

Conhecido como "O Doutor Sutil", Duns Scotus acentua a separação entre fé e razão, sustentando que o objeto da teologia é Deus enquanto tal, e o da metafísica, o ser enquanto ser. A metafísica não pode conhecer Deus como Deus, mas apenas como ser, o qual não é uma forma vazia, mas realidade que inclui certas propriedades, como os modos, que são determinações intrínsecas possíveis, cujos primeiros tipos são "finito" e "infinito".

Ora, para o filósofo, provar a existência de Deus como ser é provar a existência do infinito. Duns Scotus dá uma nova cor ao argumento ontológico de santo Anselmo, e admite a prova "a posteriori" da existência de Deus, partindo, porém, não dos objetos sensíveis, mas das modalidades do ser.
 

Abismo de liberdade

Na opinião do Doutor Sutil, Deus é Ser infinito e necessário, capaz de suscitar o possível - ou seja, os seres contingentes - por um ato de sua liberdade. A vontade divina é livre e seus efeitos são contingentes - não é arbitrária, mas livre mesmo em relação aos conhecimentos de seu entendimento. Deus cria porque quer e somente porque quer. A vontade de Deus é soberana na escolha e combinação das essências, e não está submetida a regra alguma. A liberdade de Deus não depende do ser, mas é o ser que depende da liberdade de Deus.

No que se refere ao "universal" (um dos conceitos mais debatidos da história da filosofia), Duns Scotus admite três tipos de distinção: a real (entre a pedra e a planta, por exemplo), a formal (que, no objeto, distingue vários aspectos, e pode ser efetiva ou nominal); e a "parte rei", também chamada "haecceitas" (que consiste em ser "haec res", isto é, "esta coisa e não outra". Assim, cada homem, além da essência humana, contém suas próprias qualidades ou peculiaridades. Essas teses, em relação ao problema dos universais, prenunciam o nominalismo de Guilherme de Ockam.

Procurando libertar Deus da idéia de "necessidade", Duns Scotus o concebe como pura e absoluta liberdade, acima de qualquer razão ou lei, e ininteligível pelo pensamento filosófico, pois a filosofia - enquanto tentativa de compreender a realidade, a vida - se baseia na necessidade da relação entre princípios e conseqüências, causas e efeitos. Para Scotus, se Deus não é "logos", como o homem, mas abismo de liberdade, então não pode ser conhecido pelo "logos" humano.

O papa Paulo 6º, na carta apostólica "Alma Parens", de 14 de Julho de 1966, define Johannes Duns Scotus como "o aperfeiçoador" de são Boaventura, "o representante mais qualificado" da escola franciscana.
 

Enciclopédia Mirador Internacional//Equipe de investigação "Duns Scotus"