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Jorge de Lima Poeta e escritor alagoano

3/4/1893, União (AL)

16/11/1953, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

04/09/2005 16h22

Jorge de Lima nasceu em 1893 em União, Alagoas, perto da Serra da Barriga, onde Zumbi fundou seu famoso quilombo. Aos dez anos, passou a escrever para um jornal de seu colégio, onde publicou os poemas que fazia desde os sete anos.

Jorge de Lima estudou medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. Ainda estudante, publicou seu primeiro livro, "XIV Alexandrinos". Exerceu as funções de médico e ocupou diversos cargos públicos no estado de Alagoas.

Nos anos 1920 publicou vários livros de poemas, entre os quais "O Mundo do Menino Impossível" e "Essa Negra Fulô", que é o título de seu poema mais conhecido. Em 1930 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Universidade do Brasil e na Universidade do Distrito Federal. Em 1935 foi eleito vereador, ocupando depois a presidência da Câmara dos Vereadores.

Em 1935, Jorge de Lima converteu-se ao catolicismo e muitos de seus poemas passaram a refletir sua religiosidade. Publicou nesta época várias obras, entre elas "Tempo e Eternidade", "Invenção de Orfeu" e "Livro de Sonetos". Recebeu em 1940 o Grande Prêmio de Poesia, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

Certa vez, sendo entrevistado para um jornal, em 1952, Jorge de Lima se definiu com singeleza: "Tenho um metro e 68 de altura, 59 quilos e meio e uso óculos. Sou meio careca e meio surdo. Sou católico praticante e meu santo é São Jorge. Visto sempre cinza e acordo às quatro da manhã, com os galos e a aurora. (...) Minha leitura predileta é poesia.(...) Sou casado, tenho dois filhos e quatro netos. Gosto de pintar, esculpir e compor."

Os versos de Jorge de Lima figuram entre os mais importantes do modernismo brasileiro. O autor publicou também romances, ensaios e peças de teatro. Tendo tido formação autodidata em artes plásticas, publicou também o álbum de fotomontagens "A Pintura em Pânico", com prefácio do poeta Murilo Mendes.