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Manuel da Costa Ataíde Pintor brasileiro

1762, Mariana, Minas Gerais (Brasil)<p>1837, Mariana, Minas Gerais (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

17/04/2009 14h40

Manuel da Costa Ataíde é considerado a principal figura da pintura barroca mineira. Foi contemporâneo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e teve produção artística fecunda e significativa.

Não se sabe ao certo quando Ataíde começou a pintar. Seus primeiro trabalho conhecido é a encarnação de duas imagens de Cristo para o santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1781).

Dos painéis e telas que deixou em 18 igrejas de Minas Gerais, sua obra mais famosa é a pintura do teto da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto - para a qual Aleijadinho fez estuques e esculturas -, representando a ascensão da Virgem.

Em 1801, Ataíde foi incumbido da decoração da igreja de São Francisco, em Ouro Preto. Ali pintou, além do teto da nave, o painel da sacristia - "São Francisco assistido pelos anjos" - quatro telas ("São Pedro", "Santa Margarida de Cortona", "Santa Clara" e "São Francisco em agonia"), e seis painéis para a capela-mor, sobre a vida de Abraão.

Em 1818 e 1819, novamente em Congonhas do Campo, fez a encarnação de imagens talhadas pelo Aleijadinho para as capelas dos Passos da Via-Crúcis. Trabalhou também na matriz de Santo Antônio do Ribeirão de Santa Bárbara e nas igrejas de Santo Antônio de Itaperava e Nossa Senhora do Carmo de Ouro Preto.

Policromia e cores puras

Como seus contemporâneos, Ataíde inspirou-se em estampas e gravuras de missais, mas com imaginação soube enriquecer seus modelos, usando recursos oferecidos pelo Barroco: colunas, frontões, volutas, conchas, vasos e flores.

Ataíde preferiu a policromia e as cores puras. Seu domínio técnico é surpreendente, em relação ao meio em que viveu, e suas pinturas distinguem-se pelo refinamento e pureza das cores. E também pelo espírito inventivo. Às vezes, suas obras lembram remotamente o estilo de Tiepolo.

Consagrado na época, recebeu atestado de professor "das artes da arquitetura e da pintura" em 1821, ano em que requereu a criação de uma escola de belas-artes em Mariana.

Sua última obra conhecida é a "Ceia", do salão nobre do antigo Colégio do Caraça, salva do incêndio que destruiu o local em 1968.

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