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Mestre Eckhart Teólogo dominicano e filósofo místico alemão

1260 d. C., Turíngia (Alemanha)

1328 d. C., Avignon (França) ou Colônia (Alemanha)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

15/02/2008 19h28

Mestre Eckhart, um dos mais importantes filósofos místicos medievais, nasceu em Hochheim, perto de Gotha, na Turíngia, região que hoje se situa no centro-oeste da Alemanha. Entrou para a ordem dos dominicanos muito jovem e, aos 17 anos, vai a Paris estudar artes, que na época incluía lógica, gramática, retórica, música, astrologia, geometria e aritmética.

Em 1280 Eckhart parte para Colônia, onde estuda teologia. Nessa época é aluno de Alberto Magno, cientista, filósofo e teólogo aristotélico. Em 1302, termina os estudos em teologia na universidade de Paris, passando a ser Mestre Eckhart. Em 1303 torna-se provincial da Saxônia, assumindo grande responsabilidade, incluindo a fundação de novos conventos, a direção espiritual dos irmãos e irmãs e a condução de negócios com os senhores feudais.

Entre 1314 e 1322 ele ocupa, em Estrasburgo, o cargo de vigário-geral da ordem. Nesse período, viaja bastante e faz pregações ao povo, na língua alemã. Em 1323 é enviado a Colônia, onde ensina teologia, faz pregações e dedica-se à produção intelectual.

Em 1326 tem início um processo inquisitorial contra Eckhart, por supostas doutrinas heréticas. É designada uma comissão, que seleciona 120 proposições de Eckhart, tiradas do livro "Da Divina Consolação", das obras latinas e dos sermões em alemão. Ele protesta contra esse método de selecionar frases dentro de uma imensa obra, tirando-as do contexto em que foram escritas.

Antes de se dirigir a Avignon, cidade em que seria julgado e onde estava o papa, Eckhart faz uma profissão de ortodoxia, ou seja, afirma concordar com as regras e preceitos da Igreja. Em seguida, vai para Avignon, a fim de acompanhar o julgamento de sua doutrina. Mestre Eckhart não assiste à sua condenação, pois morre em abril de 1328.

Seu pensamento influenciou muitos outros místicos, entre os quais Julian de Norwich, Teresa de Ávila, São João da Cruz, Nicolau de Cusa e Hegel. A partir do século 19, com a descoberta de seus manuscritos e a diminuição da perseguição por parte da Igreja, sua obra é redescoberta e sua imagem se refaz, a ponto de hoje ele ser reconhecido como um dos mais importantes representantes do misticismo cristão.
 

Fonte: "Dicionário dos Filósofos", Denis Huisman, Martins Fontes, 2001